Médica manteve contato com pai do bebê enquanto recém-nascida sequestrada estava escondida em mochila
Ela manteve contato com o genitor da criança e com funcionários do hospital
A médica Cláudia Soares Alves, 42, presa em Itumbiara sob suspeita de sequestrar uma recém-nascida em um hospital de Uberlândia, manteve contato com o pai da criança e funcionários, enquanto a bebê estava escondida em sua mochila, segundo depoimentos obtidos pela polícia. As informações são do portal g1 Goiás e da TV Anhanguera.
O pai relatou que Cláudia entrou com sua filha em uma sala e, mesmo com a criança já em sua mochila, saiu para conversar com ele, alegando que uma enfermeira a estava alimentando. A demora no retorno da bebê levou o pai a acionar a segurança do hospital, que notificou o desaparecimento.
Uma vigilante afirmou ter liberado a entrada de Cláudia, que usava jaleco e alegou cobrir uma colega ausente. A funcionária, no entanto, suspeitou da conduta da médica e questionou o setor de clínica, que negou a falta de pessoal.
A equipe de segurança encontrou Cláudia, que afirmou cobrir um plantão na pediatria, mas foi informada de que não era necessário. Imagens de segurança registraram a suspeita deixando o hospital com a mochila, entrando em seu carro e partindo.
Cláudia foi presa em Itumbiara após ação conjunta das polícias e mantida detida após audiência de custódia. O processo corre em segredo de Justiça.
A defesa alega que Cláudia está grávida e sofre de transtornos psiquiátricos, tendo passado por um surto após mudar a medicação. A Polícia Civil nega a gravidez. Um laudo médico apresentado pela defesa aponta que a médica é diagnosticada com transtorno afetivo bipolar, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno do pânico, com crises que prejudicam seu juízo crítico.
O que se sabe sobre o caso
A médica Cláudia Soares Alves, de 42 anos, presa em Itumbiara por sequestrar uma bebê em um hospital de Uberlândia, Minas Gerais, é neurologista e se passou por pediatra para entrar na unidade de saúde na última terça-feira (24), segundo a Polícia Rodoviária Federal.
De acordo com a PRF, a prima de um policial rodoviário que trabalha em Goiás, casada com um médico que atua no mesmo hospital em Uberlândia, informou sobre o ocorrido ao parente, que acionou o serviço de inteligência da PRF.
A bebê foi levada do hospital dentro de uma mochila e uma câmera de segurança registrou a ação. Em seguida, o carro dela, um Corolla Vermelho que aparece nas imagens, foi localizado em Itumbiara, já no endereço da autora.
O delegado de Itumbiara, Anderson Pelágio, informou que a criança foi localizada na casa da mulher e que ela havia comprado vários itens de bebê.
“Assim que recebemos a informação da Polícia Civil de Minas Gerais, deslocamos até o imóvel dela. Lá uma empregada estava na residência, conseguimos pegar a criança e colocá-la em segurança. Entramos em diligências e conseguimos localizá-la (médica) voltando para casa”, disse o delegado.
A médica que sequestrou uma bebê 3 horas depois do nascimento em Uberlândia, Minas Gerais, foi presa na manhã desta quarta-feira (24), em Itumbiara, no sul de Goiás. Segundo a Polícia Civil, a criança também foi resgatada na cidade.
A ação aconteceu por meio de troca de informações com as polícias civis dos dois estados. O bebê foi sequestrado do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) na noite de terça-feira (23).
Imagens registram momento em que médica chega ao Hospital
Imagens registraram quando ela chega no hospital vestindo roupas de profissionais de saúde e uma máscara que cobria o rosto. Em seguida, ela pega a bebê, entra no carro e vai embora.
O hospital informou à polícia de MG que a mulher se apresentou como pediatra e usava um crachá da Universidade. O caso também é investigado internamente pela unidade.
O nome da mulher ainda não foi divulgado pela polícia, por isso não foi possível localizar a defesa.
À TV Integração, o pai da bebê, o motorista Édson Ferreira, contou como foi a ação da mulher. Ele disse que ela chegou a verificar se a esposa dele tinha leite para amamentar a criança.
“Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, contou.
De acordo com a PM, a mulher saiu da porta do hospital com a bebê dentro de uma mochila e fugiu em um carro vermelho.
Suspeita dá aula na Faculdade de Medicina da UEG
Claudia foi presa na quarta-feira (24), e o sequestro do bebê ocorreu na noite anterior, sendo registrado por câmeras de segurança do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A criança foi resgatada na casa da médica, na mesma data da prisão.
Pelas redes sociais, a própria médica conta que se formou na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). A residência em neurologia foi concluída em 2011, na mesma universidade. Mas chegou também a fazer residência na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Em maio deste ano, ela tomou posse como professora na UFU, e é professora na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Goiás (UEG) desde 2019. Nas redes sociais, ela também conta que está cursando doutorado em Ciências da Saúde.
Em um texto publicado no Instagram, ela diz que a medicina é sua paixão e que estava empolgada para ‘ver o que o futuro reserva’, diante do comentário de que foi aprovada como docente na UFU.
“É uma nova jornada, cheia de novos rostos, novas histórias e novos desafios, mas estou super empolgada para ver o que o futuro reserva! Então, resumindo: a medicina é minha paixão, a docência é minha missão e a jornada é minha inspiração. Aqui estamos nós, prontos para enfrentar o que vier pela frente. Vamos nessa!”, escreveu.
A Universidade UFU informou que a mulher tomou posse como professora na área de clínica médica em maio deste ano, mas não informou se ela atuava, de fato, no hospital ou apenas dava aulas na universidade. A Universidade informou ainda que apura as responsabilidades do caso.
O delegado Anderson Pelágio, informou que a polícia desacredita do possível surto devido aos itens de bebê comprados pela médica. “Ela comprou vários apetrechos para a bebê, como, fralda e carrinho, o que dá informações de que ela premeditava os fatos”, disse o delegado em entrevista à TV Anhanguera. Dentro do carro de Cláudia Soares havia até uma piscina infantil.