Michel Temer fala que impeachment de Dilma Rousseff foi um “golpe de sorte”
Ex-presidente também criticou política externa de Bolsonaro e elogiou Lula
O ex-presidente da República, Michel Temer (MDB) em entrevista a um jornal chileno publicada neste sábado (22/07) voltou a relacionar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a um “golpe“. O contexto da fala estava numa menção que o jornalista fez a um tuíte do presidente do Chile, Gabriel Boric publicado enquanto deputado.
Então deputado, Boric o rotulou como golpista após ser alçado a presidente da República com a deposição de Dilma Rousseff. “Fora o que o Boric e o Lula falaram, acho que foi um golpe de sorte!”, destacou Temer ao BioBioChile.
Temer destacou que o processo de deposição se deu após Dilma ter perdido apoio político. “Além disso, havia os “pedais” fiscais, que são uma questão técnica e estão sob pena de destituição. Afastado o presidente, quem deve assumir a presidência da República é o vice-presidente. Isso está escrito na Constituição Brasileira”, salientou.
Críticas a Bolsonaro e elogios a Lula
Na entrevista, Temer também acabou criticando a política externa que seu sucessor adotou na presidência da República. “Não podemos aplaudir porque Bolsonaro não multilateralizou sua política externa. Bilateralizado ou trilateralizado, mas não era uma coisa útil. Não serviu para ele, nem para o governo, nem para o país”, salientou.
Entretanto, houve elogios ao “esforço de Lula” em manter uma política internacional multilateral. “No caso do Brasil, não se pode ser unilateralista, bilateralista ou trilateralista. É preciso se dar bem com todos os países porque as relações não são apenas políticas, mas também comerciais.”, destacou.