Ministro admite que crise de energia se agravou e pede para evitar até ferro de passar
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse nesta terça-feira (31) que a crise hídrica…
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse nesta terça-feira (31) que a crise hídrica se agravou e voltou a pedir esforço da população e empresas para reduzirem o consumo de energia elétrica.
“Hoje, eu me dirijo novamente a todos para informar que a nossa condição hidroenergética se agravou. O período de chuvas na região Sul foi pior que o esperado. Como consequência, os níveis dos reservatórios de nossas usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste sofreram redução maior do que a prevista”, afirmou em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV.
Ele informou que essa perda de geração hidrelétrica equivale a todo o consumo de energia de uma grande cidade como o Rio de Janeiro por cerca de cinco meses.
Em junho, em outro pronunciamento, o ministro havia pedido que a população poupe energia e água para enfrentar a crise hídrica.
A falta de chuvas deixou os reservatórios das hidrelétricas em seu pior nível em 91 anos e tem forçado o governo a tomar medidas para afastar o risco de racionamento de energia.
Na crise energética de 2001, quando houve racionamento de energia, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o responsável pelo pronunciamento na cadeia nacional de rádio e TV.
Nesta terça, durante o discurso, o ministro de Minas e Energia destacou a importância de se evitar o desperdício do consumo de energia.
No pronunciamento, ele deu alguns exemplos: “desligando luzes e aparelhos que não estão em uso, aproveitando mais a luz natural, reduzindo a utilização de equipamentos que consomem muita energia como chuveiros elétricos, condicionadores de ar e ferros de passar”.
Segundo Bento, a população deve dar preferência para o uso desses equipamentos durante o período da manhã e nos finais de semana.
O ministro informou que uma redução média de 12% no consumo residencial equivaleria ao suprimento de 8,6 milhões de domicílios.
Ele disse ainda que o esforço de redução do consumo é “inadiável”.
“O empenho de todos nesse processo é fundamental para que possamos atravessar, com segurança, o grave momento energético que nos afeta, para atenuar os impactos no dia a dia da população e também para diminuir o custo da energia”, afirmou.
Para manter o fornecimento do sistema elétrico, o governo tem usado usinas termelétricas, que geram energia a custo mais elevado.
“Como todos os recursos mais baratos já estavam sendo utilizados, esta eletricidade adicional proveniente de geração termelétrica e de importação de energia custará mais caro”, disse o ministro.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta terça uma medida que vai elevar o custo da conta de luz. Foi criada uma nova bandeira tarifária para fazer frente ao aumento dos custos decorrente do agravamento da crise hídrica.
Chamada de “Escassez Hídrica”, a nova bandeira custará R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) e vigora a partir desta quarta-feira (1°) até abril de 2022.
O Ministério de Minas e Energia evita a criação de um programa de racionamento, algo compulsório. Na semana passada, Bento anunciou um plano de descontos na conta de luz aos consumidores do ambiente regulado (residencial e empresarial) que, voluntariamente, economizassem energia em horários de pico.
“Necessitaremos recuperar nossos reservatórios. Isso vai levar tempo, pois dependemos, além do empenho de todos nós, também, das chuvas. É por isso que, nesse momento de escassez, precisamos, mais do que nunca, usar nossa água e nossa energia de forma consciente e responsável”, afirmou o ministro no pronunciamento desta terça.