ENCONTRO

Ministro confirma reunião com ‘filho 04’ a pedido do gabinete de Bolsonaro

Rogério Marinho disse que Jair Renen lhe apresentou "inovação tecnológica" na área da habitação

Ministro Rogério Marinho recebe alta após cirurgia e anuncia retorno ao trabalho (Foto: Agência Brasil)

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, confirmou ter participado de uma reunião com o “filho 04” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas negou irregularidades no encontro. Diferentemente dos irmãos Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, Jair Renan é empresário, e não político.

Conforme Marinho, o encontro aconteceu a pedido do gabinete do presidente, e na ocasião foi apresentada uma “inovação tecnológica” na área de habitação. O ministro disse que só soube de quem se tratava quando ele e Renan Bolsonaro foram apresentados.

Rogério Marinho participou, na última terça-feira (6), de uma audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, na Câmara dos Deputados, para dar explicações sobre o encontro. Conforme informações da revista Veja, em novembro do ano passado, o quarto filho do presidente foi o articulador de uma reunião entre um patrocinador de sua empresa recém-aberta e o ministro.

“Foi solicitada pelo gabinete do presidente, e essa reunião discorreu sobre o tema de inovação tecnológica no programa habitacional. A empresa tinha uma solução tecnológica e nos apresentou”, disse.

Marinho explicou que a pasta comandada por ele não faz contratação direta de conjuntos habitacionais, nem de soluções tecnológicas. Por isso, não há, segundo ele, “nenhuma relação de causa e efeito” na presença do filho do presidente.

Para o ministro do Desenvolvimento Regional, não houve “nenhum tipo de constrangimento” na reunião pela presença de Renan, porque ele “entrou calado e saiu calado”.

Em março deste ano, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar negócios de Jair Renan. A pedido do Ministério Público, a investigação busca esclarecer a atuação da empresa dele junto ao governo federal, por suspeita de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

A reportagem do UOL entrou em contato com a assessoria do Palácio do Planalto, e o texto será atualizado assim que houver um posicionamento.