Câmara dos deputados

Ministro da Defesa pode ser convocado para explicar compra de 11 mi de viagras pelas Forças Armadas

Parlamentar goiano identificou 10 empenhos do governo federal para aquisição de 11,2 milhões de comprimidos do remédio no período de 2019 a 2022

Ministro da Defesa pode ser convocado para explicar compra de 11 mi comprimidos de viagra pelas Forças Armadas (Foto:: Agência Brasil - Divulgação)

O deputado federal Elias Vaz (PSB) pediu, nesta quinta-feira (28), a convocação do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, para explicar a compra de Viagra pelas Forças Armadas. O pedido foi feito para a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. O parlamentar identificou 10 empenhos do governo federal para aquisição de 11,2 milhões de comprimidos do Citrato de Sildenafila de 20, 25 e 50 miligramas no período de 2019 a 2022. A conta pode chegar a R$33.592.714,80.

O contrato de compra foi firmado entre o Laboratório Farmacêutico da Marinha Brasileira (UASG 765741) e a empresa EMS S/A. Os dados são do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo.

Transferência de tecnologia

O deputado goiano também quer explicações sobre o contrato do Laboratório Farmacêutico da Marinha com a farmacêutica EMS para transferência da tecnologia de fabricação do Citrato de Sildenafila. Elias Vaz quer saber por que a Marinha está interessada em produzir o Viagra.

“Queremos saber do ministro qual o critério adotado para decidir a produção de medicamentos pelas Forças Armadas. Por que a opção de investir dinheiro público para fabricar Viagra em detrimento de outros remédios, como antibióticos e analgésicos, por exemplo?”, questiona.

Ele lembra que, no auge da pandemia da Covid-19, as Forças Armadas se empenharam na fabricação de milhares de comprimidos de cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz no tratamento da doença.

Próteses penianas

Elias Vaz acionou o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas, ainda no dia 11 de abril, para investigação da liberação de compra de 60 próteses penianas, no valor de R$3,5 milhões, para unidades ligadas ao Exército e de 35 mil comprimidos de Viagra, com indícios de superfaturamento, para atender Marinha, Exército e Aeronáutica.