Ministros do TCU planejam julgar recurso de Deltan em tempo recorde
Ex-coordenador da Lava-Jato foi condenado a pagar R$ 2,8 milhões por gastos na operação e medida pode torná-lo inelegível
O recurso de Deltan Dallagnol para contestar sua condenação a pagar R$ 2,8 milhões por gastos da Lava-Jato ainda não chegou ao Tribunal de Contas da União (TCU), mas integrantes da corte já definiram que conduzirão o caso em tempo recorde.
A previsão é de que recurso seja julgado em cerca de 30 dias. Nesta terça-feira, o TCU condenou Dallagnol, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, e o ex-procurador-chefe da Procuradoria da República do Paraná João Vicente Beraldo Romão a pagar R$ 2,8 milhões devido a despesas com diárias e passagens com a Operação Lava-Jato.
Membros do tribunal envolvidos no caso afirmam à coluna que a reação de Dallagnol de chamá-los de “ministros políticos” e “atacá-los” criou na corte o “sentimento de é preciso por um ponto final no caso e esvaziar as falas de Deltan”.
No TCU, a avaliação é de que é remota a chance de Dallagnol, Janot e Romão reverterem a condenação. Isso porque o recurso deve ser analisado pela 2a Câmara da corte de contas, a mesma que condenou os ex-procuradores por unanimidade. O relator, no entanto, não será mais o ministro Bruno Dantas e o recurso cairá nas mãos de um dos outros três integrantes do colegiado.
A celeridade do julgamento não é surpresa para Dallagnol. Ao GLOBO, o ex-coordenador da Lava-Jato e hoje candidato a deputado federal afirmou que a 2ª Câmara provavelmente irá “correr” para analisar o seu recurso. Para ele, o TCU busca sacramentar sua condenação para que sua candidatura seja questionada na Justiça Eleitoral e ele fique impedido de concorrer.