Moro diz que Bolsonaro queria incentivar “rebelião armada” no Brasil
Bolsonaro afirmou que o ex-ministro agiu de forma "covarde" e servia a outra "ideologia"
O ex-ministro Sergio Moro rebateu as críticas feitas a ele pelo presidente Jair Bolsonaro nesta manhã sobre sua gestão à frente da pasta da Justiça. Em nota, Moro afirmou que a flexibilização de posse e porte de armas não podem ser “utilizadas para promover espécie de rebelião armada contra medidas sanitárias impostas por governadores e prefeitos”. Segundo ele, é isso o que desejava o presidente Jair Bolsonaro.
O ex-ministro também afirmou que acredita na construção de políticas públicas “mediante diálogo e cooperação” e que “de nada adianta ofensas ou bravatas”.
Sobre a crítica de Bolsonaro referente a uma portaria assinada por Moro e pelo também ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o ex-juiz afirmou que se tratava de um “recurso excepcional”. A medida, revogada na semana passada pelo governo, autorizava o uso de força policial para prender indivíduos suspeitos de contaminarem outras pessoas pelo coronavírus.
“A portaria interministerial n.º 5 sobre medidas de isolamento e quarentena, por mim editada junto com o ministro Mandetta apenas esclarecia a legislação e deixava muito claro, que a prisão era medida muito excepcional e dirigida principalmente aquele que, ciente de estar infectado, não cumpria isolamento ou quarentena”, escreveu Moro.
Nesta segunda-feira (1o), o presidente Jair Bolsonaro criticou as posições de Moro em relação a armas e a medidas de isolamento social e disse que “graças a Deus” ficou “livre” dele. Bolsonaro também afirmou que Moro agiu de forma “covarde” e servia a outra “ideologia”.