Movimento Negro vai entrar nas Câmaras para incluir nas pautas a luta antirracista
Iêda Leal, ativista do Movimento Negro Goiás (MNU), afirmou que o grupo irá cobrar dos…
Iêda Leal, ativista do Movimento Negro Goiás (MNU), afirmou que o grupo irá cobrar dos eleitos em Goiânia e outras cidades, inclusive do prefeito, a se comprometerem formalmente para pautas importantes “para nós, negros, mas também mulheres e população LGBT”. Segundo ela, isso será aprofundado dentro das Câmaras Municipais. “Vamos colocar em pauta a luta antirracista.”
“Queremos que os eleitos tenham lado. Que defendam a pauta racial e protejam todos contra o racismo.” Para ela, não possível, em pleno ano de 2020, alguém ser a favor de pautas que conduzem ao sofrimento da população negra. “Temos muito para fazer. Esta eleição mostra o quanto temos que trabalhar próximos dos eleitos.”
Ela aproveitou, também, para lembrar casos recentes de racismo na capital, como o sofrido pela produtora cultural Sarah Silva, em uma bar da capital; e do entregador Elson Oliveira Santos, de 39 anos, foi vítima de racismo enquanto fazia entregas a um condomínio de luxo para uma hamburgueria de Goiânia. “Sabemos que não é o município que cuida da segurança, mas o município cuida das vidas”, declarou ela.
De acordo com a ativista, é necessário que as delegacias tenham competência para receber as denúncias. “As pessoas vítimas de qualquer tipo de violência precisam ser acolhidas. A delegacia precisa receber os crimes e deixar que as outras pessoas trabalhem.”
Segundo Iêda, o “nosso racismo é tão perverso que nós acabamos entendendo que os culpados somos nós, que nós é que devemos desaparecer da sociedade. A pessoa que tem que entregar um pedido precisa ser branca? Daqui uns dias, não querem empregar negros. Em 2020, eu entrar em uma loja e a pessoa me advertir que os produtos são caros… Isso não é ‘mimimi’, é racismo.”