INVESTIGAÇÃO

MP-GO denuncia prefeito de São Simão por importunação sexual

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou o prefeito afastado de São Simão, Francisco Assis…

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou o prefeito afastado de São Simão, Francisco Assis Peixoto (PSDB), por importunação sexual contra duas pessoas. O gestor, que foi preso em 28 de julho por suspeita de envolvimento em crime contra a dignidade sexual de menor de idade, também foi denunciado por tentativa de adquirir fotografia pornográfica de adolescente ou criança.

Segundo o MP-GO, há relatos de, pelo menos, 17 crimes diversos dos que estão na peça acusatória. Eles foram informados por cinco supostas vítimas. Mesmo prescritos, eles reforçam, segundo o órgão, as provas colhidas e destacam o modo de agir do gestor.

O advogado do gestor afastado, Edemundo Dias, afirmou ao Mais Goiás que os supostos crimes prescritos não fazem sentido juridicamente. “Não tem nem o que defender, são narrativas. A justiça entende que está prescrito, no mundo jurídico não tem valor.”

Sobre as duas pessoas no processo, ele afirma se tratar de um adolescente de 15 anos e outro de 38. “Esse de 38 foi à Câmara dizendo representar o menor, com vereadores de oposição, para pedir o impeachment. Então, essa denúncia é mais do mesmo”, disse Edemundo que já classificou a atitude como política. “Em face disso e do afastamento do prefeito, pedimos um habeas corpus, que o Tribunal de Justiça irá julgar. Mas acredito que não há necessidade da manutenção da prisão.”

Caso do prefeito de São Simão

Durante a prisão, ocorrida em uma quarta-feira, foram cumpridos também três mandados de busca e apreensão. Participaram da operação 4 promotores de Justiça, 4 delegados da Polícia Civil e 12 policiais civis. O Centro de Inteligência do MP-GO apoiou a operação.

Uma das supostas vítimas do prefeito, o jornalista Luís Manuel Araújo se manifestou sobre o caso nas redes sociais. Em uma postagem, ele afirmou que fez a denúncia ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) e que sofreu abusos sexuais entre os anos de 2001 e 2007, quando tinha 9 anos.

Segundo o comunicador, por conta do crime, desenvolveu graves transtornos mentais e toma remédios para tratar os traumas causados pelos abusos. “A cidade merece essa minha satisfação. Dinheiro não me compra, eu já defendi muito ele, agora estou enfim liberto dessa sombra na minha vida.” O gestor segue preso.

Pedido de impeachment

Destaca-se, o comunicador Luís Manuel Araújo foi à Câmara Municipal da cidade na manhã no último dia 3 de agosto e protocolou um pedido de impeachment. Para o advogado de Francisco, Edemundo Dias, é prova de politização do caso. “Se ele estivesse preocupado com o honra não iria à Câmara”, afirmou.

Ainda ao portal, o presidente da Câmara de São Simão, Lucas Barbosa Vasconcelos (PSL), comentou o pedido de impedimento. O vereador explicou que até a quinta-feira (12) a procuradoria da Casa deve finalizar o parecer jurídico. Na próxima semana, começam às sessões ordinárias e se o texto estiver de acordo com o regimento será lido em plenário e colocado para votação.

Caso seja aprovado, explica o parlamentar, cria-se uma comissão especial para a análise do pedido. Este colegiado tem até 90 dias para concluir os trabalhos, podendo finalizar antes.

Afastamento

A defesa de Francisco Assis Peixoto pediu o afastamento dele do cargo por 90 dias em função de problemas de saúde, mas o requerimento foi rejeitado pela Câmara Municipal em sessão extraordinária nesta terça (10).

O presidente da Câmara também confirmou ao Mais Goiás o pedido e a negativa. “O pedido foi protocolado às 17h31 de segunda e, nesta terça pela manhã convocamos uma sessão extraordinária, com o pedido rejeitado de forma unânime.”

Ele explicou ao portal, que, mesmo com a rejeição, o vice-prefeito da cidade, Fábio Capanema de Souza, foi convocado à Casa para assumir a administração de São Simão, o que já ocorreu e Francisco se afastou, na prática. “Mesmo sem garantira a licença, pois entendemos que o município está sem comando”, pontua.

Mudança de advogado

A defesa de Francisco foi substituída no fim do último mês. Dimas Lemes Carneiro Júnior deixou o caso e assumiu Edemundo Dias em 30 de julho.

“Antes de assumir, eu avalio, e achei que ele realmente merecesse a defesa”, declarou à época. Além disso, Edemundo afirmou que ele tem conhecimento de apenas três conhecimentos de importunação sexual, “que é diferente de pedofilia. Envolve preferência sexual”, ressaltou.

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