Prestação de contas

MPE solicita que PF abra inquérito contra Marconi Perillo para investigar gastos da campanha de 2018

De acordo com TRE, há um grande número de divergências nas notas fiscais referente a compra de combustível. Defesa já protocolou recurso

Marconi tem recurso negado em julgamento e pena pode aumentar (Foto: Divulgação/Agência Brasil)

O Ministério Público Eleitoral (MPE) solicitou à Polícia Federal (PF) que instaure um inquérito policial para investigar os gastos de campanha eleitoral do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). O órgão determinou, ainda, a devolução de R$ 97 mil ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), cujo uso legal não foi comprovado. O dinheiro foi utilizado durante a campanha para o pagamento de combustível.

De acordo com o documento, as notas fiscais apresentadas não descrevem o serviço prestado. Além disso, não consta a relação de beneficiários e fornecedores. Para o MPE, é necessário confirmar se o combustível foi utilizado em carros para a campanha, sejam eles contratados, cedidos ou locados.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já havia identificado problemas na prestação de contas do ex-governador. O órgão encaminhou o processo ao MPE afirmando que havia grande número de divergências entre os registros no extrato bancário e as informações prestadas pelo fornecedor do serviço.

De acordo com o procurador regional eleitoral Célio Vieira da Silva, as inconsistências podem apontar para o mau uso dos recursos do FEFC. “Os fatos consignado no parecer da ASEPA e ressaltados no voto condutor do r. acórdão, podem, em tese, configurar ilicitude na utilização de recursos”, diz Célio no documento.

A PF não confirmou a abertura do inquérito. Disse, também, que é possível divulgar as informações o andamento de investigações.

A assessoria jurídica de Marconi Perillo informou que já apresentou recurso sobre a questão no Tribunal Superior Eleitoral. Ressaltou também que não houve qualquer conduta criminosa.

Ainda de acordo com a defesa, a campanha contratou uma empresa gerenciar o abastecimento dos veículos. A empresa forneceu cartões que só eram usados para essa finalidade. Na prestação de contas a nota emitida pela empresa de cartão veio com o nome gestão de frota e não de combustível. A assessoria informou ainda que a ação foi feita evitar questionamentos, inclusive na prestação de contas.