RACHADINHA

MPF vai investigar vazamento de operação sobre Queiroz para Flávio Bolsonaro

O Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação nesta segunda-feira…

O Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação nesta segunda-feira para apurar denúncia de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi avisado com antecedência sobre uma operação da Polícia Federal (PF) que atingiria seu então assessor Fabrício Queiroz. O MPF também solicitou à Justiça Federal o desarquivamento de inquérito que apurou, à época, suspeitas de vazamento. Na época, o caso foi arquivado após a própria PF não encontrar indícios do crime.

Em entrevista ao jornal folha de S. Paulo, o empresário Paulo Marinho, ex-aliado da família Bolsonaro, contou que Flávio disse que foi avisado da operação por um delagado da PF e que a ação a foi adiada para que não ocorresse durante o segundo turno da eleição presidencial e atrapalhasse a campanha do então candidato Jair Bolsonaro.

Ao justificar o pedido de desarquivamento, o procurador da República Eduardo Benones argumenta que “há notícias de novas provas que demandam atividade investigatória”.

“As investigações do controle externo visam descobrir se policiais federais vazaram informações sigilosas para privilegiar quem quer que seja. Caso fique comprovado qualquer vazamento, mesmo simples informações, os policiais responsáveis podem ser presos e até perder o cargo por improbidade”, afirma o Coordenador do Controle Externo da Atividade Policial do MPF/RJ.

Na entrevista, Marinho narrou o que teria sido discutido em um encontro no dia 13 de dezembro de 2018. Segundo ele, Flávio o procurou em busca da indicação de um advogado criminalista que pudesse defendê-lo na investigação que apura se havia um esquema de “rachadinha” em seu gabinete enquanto foi deputado estadual.

No encontro, segundo Marinho, o senador disse que um outro assessor (Miguel Braga) havia sido procurado na semana seguinte ao primeiro turno por um delegado da PF. Eles então combinaram de se reunir na porta da Superintendência da PF no Rio. Na ocasião, o delegado teria avisado sobre a Operação Furna da Onça, afirmado que a investigação atingiria assessores de Flávio e dito que iria “segurar” a deflagração da operação, para não prejudicar a campanha de Bolsonaro à Presidência.

Em nota, Flávio disse que a declaração do ex-aliado é “invenção de alguém desesperado e sem votos” e que Marinho tem interesse em prejudicá-lo porque é seu substituto no Senado.

“Ele sabe que jamais teria condições de ganhar nas urnas e tenta no tapetão”, disse o senador, que acusa o empresário de “inventar” a história.