“Não acredito que o fim do governo seja o impeachment”, diz o deputado Daniel Vilela
O deputado federal Daniel Vilela (PMDB) entende que as repercussões das gravações que indicam o…
O deputado federal Daniel Vilela (PMDB) entende que as repercussões das gravações que indicam o envolvimento do presidente Michel Temer em um esquema de pagamento de propina não vão colocar a legenda que integra no olho do furacão. Ele, que preside a sigla em Goiás, analisa que a população enxerga a crise como o sintoma de um problema generalizado. “Claro, pelo fato de o PMDB ser o partido do presidente a situação é agravada, mas o desgaste partidário é para todos. É mais abrangente”, defende.
Apesar disso, Daniel não ignora a possibilidade de impeachment de Temer, ainda que saliente que a crise terá um longo desenrolar. “Ainda está muito recente. É preciso aguardar as discussões, os ritmos de votações no Congresso, se as bases vão dar sustentação ao governo”, diz. “Se o governo perder partidos de sua base, aí sim caminha para o fim, mas não acredito que esse fim seja o impeachment, que demanda um longo processo”, pontua, destacando que ainda persiste o risco da ingovernabilidade.
Mesmo assim, o deputado faz pouco caso do anúncio do PTN de que retiraria seus 13 deputados federais do bloco do governo. “O PTN é insignificante e nunca votou com a base. Isso não é tendência. Eles são só oportunistas que acham que o partido deles não faz parte desse desgaste”, cravou. “Preocuparia se um partido grande, como um PSDB deixasse a base. Isso inviabilizaria a governabilidade e também serviria como um imã político que faria com que outros partidos saíssem”, avalia.
De uma forma ou de outra, o deputado percebe que algumas das reformas capitaneadas pelo governo estão cada vez mais longe de serem aprovadas. “A do Trabalho tem boas chances, já está bem avançada no Senado, mas a da Previdência é mais difícil. Ela já não tinha voto e o governo sabia disso, tanto que não foi colocada para votação”, declarou.
Avaliando o cenário geral do País, o deputado acredita que boa parte da solução para a crise depende das boas escolhas dos eleitores brasileiros. Para ele, esse processo passar por uma reforma política que torne as campanhas políticas mais baratas e participativas. “Existe uma crise de confiabilidade, mas os eleitores devem entender que a classe política não é feita de extraterrestres. Ela é uma composição da sociedade brasileira”, frisou, ressaltando que a reforma política se faz mais necessária do que nunca.