“Não havendo piora, já é um bom sinal”, diz pneumologista sobre Maguito
Médica Fernanda Miranda fala de implicações do tempo de intubação do ex-governador, bem como da traqueostomia
Desde a traqueostomia, na última terça-feira (24), o candidato a prefeito de Goiânia Maguito Vilela (MDB) segue estável na UTI do Hospital Albert Einstein, São Paulo, onde está desde o fim de outubro. Para a médica pneumologista Fernanda Miranda, “não havendo piora, já é bom sinal”.
O Mais Goiás conversou com a profissional da saúde para perguntar das implicações do tempo de intubação do ex-governador, bem como da traqueostomia. “É comum, em casos de intubação prolongada, o paciente ser submetido a uma traqueostomia.”
Segundo ela, o desfecho comum da abertura na traqueia é não haver problemas e nem sequelas. “A grande maioria vai ficar bem.” Alguns casos, contudo, pode ocorrer o estreitamento da traqueia – da via aérea superior. “Mas isso também tem tratamento.”
De acordo com a pneumologista, o estreitamente, se bem tratado, não gerará problema. Pode ocorrer uma recuperação lenta, mas a situação não é definitiva, explica.
“O tratamento varia muito, assim como o tempo de recuperação”, continua, sem precisar. “Dependendo da porcentagem, é possível definir se o fechamento [da traqueia] será espontâneo, ou se precisará de intervenção.”
Em situações normais, o buraco da traqueostomia, onde se coloca um tubo, pode fechar em até três dias. Em muitos casos, a médica aponta, o paciente já volta a falar e respirar sem dificuldades após esse período.
Intubação
Em relação a períodos prolongados de intubação, Fernanda diz que, se houver boa assistência e curar a doença de base, não gerará problemas. “A traqueostomia é, justamente, para evitar qualquer problema com a intubação prolongada.”
Vale lembrar, foi hospitalizado em 19 de outubro, no Hospital Órion, em Goiânia – dois dias após testar positivo para a Covid-19. No dia 27 de outubro, ele foi internado na UTI do Hospital Albert Einstein para tratar uma inflamação nos pulmões.
Três dias depois, ele foi intubado após apresentar quadro de insuficiência respiratória. À época, o político respondeu bem ao tratamento e foi extubado no dia 8 de novembro. Porém, ele teve nova piora e precisou ser intubado outra vez no domingo de eleição.
Na segunda-feira, segundo o hospital, Maguito passou a fazer o uso mínimo do equipamento de respiração mecânica. Na terça, ele passou por uma traqueostomia, devido o tempo de intubação. Nesta sexta-feira (27), segue fazendo hemodiálise e em suporte respiratório, segundo boletim médico.