Câmara dos Deputados

Nem o PSL está convencido da reforma da Previdência, diz líder do partido

Delegado Waldir reclama que o governo não quer assumir 'paternidade' do projeto

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmou que nem mesmo o PSL está “convencido” da reforma da Previdência e que após o envio do projeto dos militares, que embute uma reestruturação de carreira para as Forças Armadas, o Planalto não tem como contar nem com os 55 votos da legenda. Ele reclamou que o governo não quer assumir a “paternidade” da reforma , criticou novamente a articulação política do governo e defendeu que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reassuma as negociações.

Waldir diz que não há como o partido do presidente Jair Bolsonaro discutir um eventual fechamento de questão sobre a reforma, o que obrigaria todos a votar de forma favorável, porque nem a sigla tem convencimento sobre a proposta.

– O fechamento de questão é algo interno do partido, o partido tem que estar convencido. E nem o PSL está convencido. Já falei quando chegou a reforma da Previdência. Falei que chegou um abacaxi e até agora a faca não chegou e não vamos abrir no dente – disse o líder.

O parlamentar afirmou que o Congresso deve tomar as rédeas e aprovar o que for “possível”.

– Se o governo não quer assumir a paternidade dessa reforma da Previdência, tragamos aqui para o parlamento e vamos dizer que essa é a reforma que vamos entregar, esse filho não pode ficar sem pai e está passando fome nesse momento e corre o risco de morrer. (…) O governo diz: “esse filho é meu, mas não quero reconhecer a paternidade, não quero pagar pensão”. Então o problema é esse, tem que pagar pensão, dizer que o filho é meu, assumir, mas o governo não quer. Então o parlamento tem que assumir esse papel. Vamos fazer essa reforma do jeito que é possível, não do jeito que o governo quer – afirmou Waldir.

O líder do PSL disse que Rodrigo Maia tem de ser o “ator principal” da reforma. Ele afirmou que o governo precisa decidir se quer formar uma base parlamentar e defendeu a liberação de cargos e emendas.

– Emenda está na lei, é impositivo e o dinheiro não é para o parlamentar. E em relação a cargos o governo precisa dizer se quer a governabilidade ou não porque ninguém vai votar qualquer ato aqui porque o presidente é bonito. Em todo os países do mundo, estado ou município, quem governa monta um bloco de apoio e esse bloco não está constituído – afirmou.