Brasil

O Brasil não é um país sério. E viva o Rio!

Rio vai sediar a Olimpíada do improviso. Bem à nossa cara.

Que a Olimpíada no Rio tinha boa possibilidade de dar problema, pouca gente duvidava. Quando as autoridades começaram a bater cabeça, tentando tirar sua responsabilidade, virou garantia de coisa errada. E o prefeito do Rio tratou de ser o personagem central desde sempre.

Foi ele que reclamou da falta de recursos e de foco dos governos estadual e federal. Pois bem. O governo federal fez o que está acostumado a fazer. Tirou um dinheiro que não tinha para livrar a cara. Com isso, o governo estadual pagou salários atrasados e alguns fornecedores para ter o mínimo de serviços públicos funcionando durante os Jogos.

Aí, chegam as delegações. Atletas da Austrália, Estados Unidos e Argentina tem reclamações em comum: os apartamentos da Vila do Atleta tem problemas. Coisa que uma revisão geral teria resolvido. Mas não. Como somos o país do futebol, vale o improviso, como somos o país do futuro, fica pra depois.

O que o prefeito fez, ao tentar tirar o corpo fora, beira ao ridículo. Dizer que faltou colocar canguru pulando na porta pra que os australianos se sentissem em casa criou muito mais do que um conflito diplomático. Vai contra a hospitalidade tão ressaltada do brasileiro. Vai contra a obrigação do anfitrião, que é receber bem quem chega à sua casa. Não significa luxo, mas oferecer o melhor que a sua casa tem. As coisas tem que estar funcionando.

Ridícula também é a postura do Comitê Olímpico Internacional. Esse pessoal passou quase dez anos, visitando o Rio e suas instalações, posando para fotos e sorrindo ao lado de nossos personagens olímpicos. Faltando dez dias para a abertura dos Jogos, os dirigentes estão preocupados. Agora?

Como ridícula é a postura do Tino Marcos, em um esforço heroico para mostrar que tudo está bem na Vila das Atletas. Claro que, mais uma vez, não e um evento do povo. É da Globo. E das outras emissoras que compraram os direitos.

O Rio de Janeiro é um retrato fiel de um país que um dia tentou, mas não consegue ser um país sério. Enquanto não houver investimento maciço em educação, continuamos a ser essa nação do futebol e do futuro. Que também é uma nação do pão e do circo.