O PT não será extinto

O PT está sob fogo cerrado nesta eleição. Claro, são realidades municipais, mas o resultado, especialmente nas capitais, vai ter reflexo em 2018. Entre as ideias mais absurdas está a de extinção do Partido dos Trabalhadores. Está errado. É uma posição hipócrita.

Há um velho e real chavão de que todo partido, toda categoria profissional, toda corporação é composta de bons e maus. Uma redução simplista. Mas real. O PT não é diferente, neste ponto, de outras estruturas existentes no país.

O PT esta encarando, mesmo quenão assuma isso, uma nova fase de sua existência. Isso é compreensível. Depois de mais uma década de domínio e glória, tem que enfrentar a realidade e um eleitor avesso à sigla. Mas é o ponto de partida para a nova fase.

Partidos políticos deixaram de existir porque se exauriram naturalmente. Foi assim com a Arena, criada para dar sustentação ao regime militar. Com a abertura, tinha que sumir do mapa. Foi assim com o PRN, sigla tomada pelo então peemedebista Fernando Collor de Mello para chegar à presidência da República. Com a derrocada de Collor, sucumbiu, mudou de nome e voltou a ser nanico.

O PT contrariou premissas históricas de sua existência. Está pagando um preço alto por isso.

Mais do que a continuidade ou não do PT, seria necessária uma discussão sobre os rumos da política e dos partidos. A extinção do PT não vai acabar com a corrupção. Não acaba com o conluio entre agentes públicos e empresários igualmente corruptos. Seria apenas varrer uma sujeita para debaixo do tapete.

A história de Lula não será apagada com a extinção do PT. Goiânia, por exemplo, continuará registrando três prefeitos petistas – Darci Accorsi, Pedro Wilson e Paulo Garcia.

Que o PT, como os demais 34 partidos brasileiros, seja capaz de realizar, pra valer sua crítica interna. Que a classe política renasça das cinzas da má avaliação e consiga mostrar rumo para o país.

Precisamos muito mais do que palavras e discussões vazias.