Política

O que Gustavo Mendanha tem a perder?

O caminho de Gustavo Mendanha para o ano que vem parece bem desenhado: ele deve…

O caminho de Gustavo Mendanha para o ano que vem parece bem desenhado: ele deve sair do MDB e disputar o Governo de Goiás contra Ronaldo Caiado. Pelo andar da carruagem, esse caminho parece sem volta.

Sei que a política é como a vida, só a morte é irrevogável. Mas quanto mais se fala e mais se faz, mais difícil fica dar meia volta. Mendanha está falando como oposição e articulando com quem quer derrotar Caiado no ano que vem. Uma alteração brusca de rota fica cada vez mais custosa de ser feita.

O desafio da análise política é balancear perdas e ganhos que advém dos movimentos e tentar calcular ações com esses prognósticos. Vejamos o caso do prefeito de Aparecida. Reeleito de forma acachapante, ele leva adiante seu segundo mandato na cidade de segundo maior eleitorado do estado com boa aprovação.

O que ele ganha se terminar o mandato no cargo? Deve reeleger seu sucessor e esperar o pleito de 2026 para novos voos que sabe-se lá quais serão de acordo com a conjuntura do momento. E o que ele perde? Talvez deixe passar o cavalo arreado em um momento de renovação de lideranças políticas em Goiás.

O que ele ganha se deixar o mandato no começo do ano que vem para a disputa de 2022? Tem a chance de sonhar com coisas maiores, sempre lembrando que sonho é sonho. E o que ele perde? Deixa de ser prefeito por dois anos e meio, deve ter algum desgaste de imagem por ter abandonado o cargo e, caso o vice que venha a assumir o comando deixe cair a qualidade da gestão, pode ser questionado por isso.

Avaliando esses pontos, considero que a hipótese de encarar a disputa ano que vem lhe será mais sedutora. Se perder a eleição para Caiado, está tudo certo. Ninguém botava muita fé que teria êxito mesmo. Mendanha popularizará seu nome no estado e pode disputar a prefeitura de Goiânia em 2024 contra Rogério Cruz ou ainda se preparar para algo em 2026.

E caso vença para governador no ano que vem… Bem, aí o resto é história.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Divulgação