O que pensam os senadores goianos sobre a reforma tributária aprovada na Câmara
Senado Federal terá tempo para debater o texto
Matéria aprovada com expressivos 375 votos favoráveis e apenas 113 contrários em segunda e definitiva votação na Câmara dos Deputados na madrugada desta sexta-feira (07), o Senado Federal agora vai apreciar o texto da reforma tributária. A pauta, no entanto, só deverá ser colocada em votação na Casa Alta de Brasília, no segundo semestre.
Após uma verdadeira peregrinação do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) por Brasília buscando convencer parlamentares a votarem contra a matéria e até mesmo adiar a apreciação, a bancada goiana na Câmara dos Deputados, no fim ficou dividida na tramitação com 8 votos favoráveis e 9 contrários.
Na Casa Alta, os parlamentares esperam um longo trabalho de debate em torno do texto. Alguns apostam que a matéria seja apreciada apenas em novembro. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, Vanderlan Cardoso (PSD), por exemplo, chegou a criar um grupo de trabalho específico para tratar do assunto.
O que pensa Vanderlan Cardoso sobre a reforma tributária?
O senador Vanderlan Cardoso (PSD) foi o único parlamentar da Casa Alta que esteve presente na reunião que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) realizou na última sexta-feira (30) onde reuniu parte da bancada goiana e inúmeros prefeitos de municípios, em mais uma tentativa de convencê-los de que o texto seria uma derrocada para a economia goiana.
Cardoso previu que o texto deveria ser aprovado com certa facilidade na Câmara dos Deputados, mas destacou que a matéria não teria vida tão fácil na Casa Alta do legislativo brasileiro. “No Senado vai ser um pouco diferente, porque ali tem, a gente sempre procura fazer audiências públicas, debater”, destacou. “Na Câmara, tem muitas emendas que serão liberadas. O texto será aprovado”, antecipou. De fato, estima-se que para aprovar o texto, o Governo Federal empenhou aproximadamente R$ 5.3 bi em emendas parlamentares.
À reportagem do Mais Goiás, Vanderlan Cardoso destacou que iria aguardar a votação dos destaques feitas pela Câmara dos Deputados e que a partir disso faria as devidas análises, mas voltou a dizer que buscaria promover ainda mais debates no Senado Federal.
Jorge Kajuru deve votar sim, mas com ressalvas
Um dos líderes do governo no Senado Federal, Jorge Kajuru não deve empreender dificuldades quanto ao texto, mas, semelhante ao senador Vanderlan Cardoso, diz a auxiliares que irá se debruçar no texto aprovado pela Câmara dos Deputados, antes de tomar uma decisão quanto ao voto.
A reportagem apurou, no entanto, que Kajuru vai conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) durante a semana que vem para compreender melhor o cenário que o Governo Federal espera que o Senado Federal aprove a matéria.
O senador usou a tribuna do Senado Federal na semana passada para mostrar certa apreensão diante da tramitação na Câmara dos Deputados. No entanto, indicou que apreciará a matéria assim que chegar em suas mãos. “Nossa obrigação é identificar as arestas, promover a discussão e buscar os pontos de equilíbrio. Não pode haver prevalências ou subordinações díspares com as mudanças, embora saibamos que perdas e ganhos serão inevitáveis”, destacou.
E indicou que a reforma tributária é necessária para o Brasil avançar. “É fundamental que vejamos o Brasil em sua totalidade, acima das partes: estados, municípios, regiões, grupos econômicos, frentes parlamentares, etc. Não podemos mais seguir aquele velho padrão: todos defendem mudanças, mas ninguém abre mão de conquistar ou de ter os seus privilégios”, ponderou.
Durante campanha, Wilder Morais fez coro por reforma tributária
Durante a campanha ao Senado em 2022, Wilder Morais disse que uma de suas bandeiras, caso eleito, seria, entre outras pautas, trabalhar para aprovar a PEC 45, que trata da Reforma Tributária e foi aprovada pela Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (06).
“O governo só tem condições de avançar e investir em novos programas sociais se senadores sérios e comprometidos com o futuro do país aprovarem as PECs 45 e 110/2019. Se Deus quiser e os eleitores permitirem, lutarei para que essas mudanças aconteçam e possam reacender a esperança dos brasileiros e dos goianos”, ressaltou.
Auxiliares de Wilder Morais afirmam, ao Mais Goiás, que o senador irá se debruçar nas modificações feitas na Câmara e “muitas outras” que serão feitas no Senado Federal para tomar uma posição. Está certo, no entanto, que “votará pelo Brasil”, dizem assessores.