Esporte

O Rio de de Janeiro continuará lindo

O decreto de calamidade pública injetará, de imediato, R$ 3 bilhões no Rio. Tudo em nome da Olimpíada.

A menos de dois meses para o início dos Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro decretou o estado de calamidade. É clara a crise financeira do poder público no Brasil. O Rio apresenta um quadro dramático, exposto pela falta de assistência na saúde, greves e ocupações de descolas e atrasos e parcelamentos do pagamento de salários. Os Jogos se transformaram na oportunidade ouro de conseguir dinheiro a custo zero.

Com a calamidade, é esperado um repasse de R$ 3 bilhkões por parte do governo federal, de imediato. Isso é mais do que a arrecadação mensal da maioria absoluta dos Estados brasileiros. É quease metade de todo o desvio apurado até agora da Petrobras. Pior que sai em um momento em que o governo federal disse entrar em um novo ajuste fiscal.

Pior de tudo é ouvir “especialista” dizer que a Olimpíada é um problema do Brasil, não só do Rio. Claro. Por isso, o Rio recebe atenção há cerca de dez anos e tinha obrigação de se preparar. Claro que os Jogos são oportunidade para o país também. Mas quem vai lucrar, mesmo, é o Rio. O mesmo Rio que não conseguiu se preparar.

Por exemplo, de sete estações de tratamento de esgoto, apenas duas ficaram prontas a tempo. De três redes de alta tensão para garantir o fornecimento de energia elétrica, apenas uma. Se quiser trazer aqui para Goiás, o Estádio Olímpico iniciou reforma para preparar os atletas goianos para os Jogos. Ainda não foi reaberto.

Mais um vez, a população brasileira foi enganada. As autoridades esportivas sempre justificaram que o investimento necessário viria da iniciativa privada. Depois, mudou dizendo que viria de empresas. No chacoalhar da história, as empresas que entraram, mesmo foram as estatais. Conclusão: quem banca a farra, de novo, é o dinheiro do contribuinte.

O Rio de Janeiro vai continuar, por muito, sendo o nosso principal cartão postal. É lamentável que essa constatação e os Jogos Olímpcios sirvam, hoje, para promver nova farra. Sim, porque o que não foi feito em dez anos e que pode ser concluído agora, o será. Sem licitação. Sem garantia de menor preço. Sem garantia de qualidade. E todos nós, brasileiros, pagaremos a conta.