COLUNA DO JOÃO BOSCO BITTENCOURT

OAB-GO sugere ao TSE suspensão de perfis fakes que dispararem conteúdo difamatório durante eleições municipais de 2024

Presidente da seccional goiana destaca importância das medidas

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) definiu na tarde desta quinta-feira (18 de janeiro) sugestões  para o aperfeiçoamento das resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que irão reger as eleições municipais deste ano, em todo o País, durante audiência pública, realizada de forma híbrida em sua sede. 

Entre as medidas, que serão enviadas ao TSE, está a possibilidade de suspensão da Justiça Eleitoral determinar a suspensão do perfil em rede social, até o fim da eleição, que emita conteúdo difamatório em postagem pela internet, sendo verificada a impossibilidade de localização do responsável pela vinculação do conteúdo e a gravidade da conduta. 

O ato foi organizado pelo conselheiro seccional e vice-presidente da Comissão Especial de Compliance Eleitoral e Partidário da OAB Nacional, Wandir Allan de Oliveira, pela secretária-geral da OAB-GO, Talita Haysaki, e pela presidente da Comissão de Direito Político Eleitoral (CDPE), Marina Morais, a pedido do presidente Rafael Lara Martins.

Regras

Por força do Código Eleitoral, o TSE deve editar as instruções para fiel execução das eleições. O art. 105 da Lei 9.504/97, por sua vez, prevê que até o dia 5 de março do ano da eleição, o TSE, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.

Em 2019 e 2020, foram editadas dez resoluções, que são aperfeiçoadas a cada eleição. Entre elas estão: a 23.609/2019 (registro de candidatura); 23.610/2019 (propaganda eleitoral), 23.607/20 (prestação de contas), 23.608/2019 (representações e reclamações); 23.600/2019 (pesquisas eleitorais); 23.673/2019 (procedimento de fiscalização e auditoria das urnas) 23.677 (sistemas informatizados usados nas eleições) e 23.605/2019 (fundo especial de financiamento de campanhas).

O presidente da Seccional Goiana, Rafael Lara Martins, enfatizou a importância das sugestões para o aperfeiçoamento das resoluções aplicáveis às eleições 2024. “Uma audiência pública que possa servir, não apenas para sugestões que serão enviadas ao Conselho Federal e para o TSE. Mas, também para aquelas sugestões que encaminharemos ao Tribunal Regional Eleitoral, aqui no nosso Estado de Goiás, no qual nós temos os nossos atuantes e combativos colegas da advocacia, que muito bem representam esta entidade,” destacou.

A coordenadora da audiência e secretária-geral da OAB-GO, Talita Hayasaki, por sua vez, afirma que o resultado desta audiência vai fortalecer a confiança na democracia do País. “É de extrema importância entendermos o impacto dessa audiência pública para que recebamos as sugestões de encaminhamento ao Tribunal Superior Eleitoral. Reafirmo que é no sentido do objetivo geral de todos nós, que é melhorar e fazer das eleições cada vez mais justas e transparentes”, finaliza.

Prática

O também coordenador da audiência pública, Wandir Allan de Oliveira, ressaltou o resultado prático do ato. “Compete ao TSE, para cada eleição, aprovar as resoluções que vão reger aquela eleição subsequente. Isso deve ser feito precedido da organização de audiências públicas, onde sociedade civil, partidos políticos, possam apresentar as suas sugestões, seus apontamentos, que vão influenciar a formação, a alteração ou o aditivo dessas resoluções. Logo, por meio do Conselho Federal encaminharemos as nossas propostas de alteração de forma democrática e de modo amplificar as diversas visões a respeito do tema.”

Defendendo a transparência, a presidente da Comissão de Direito Político e Eleitoral (CDPE), Marina Almeida Morais, pontuou sobre a necessidade de temas relevantes como parte do processo para eleições democráticas e transparentes. “Eu estou muito entusiasmada com toda essa adesão aqui, ainda que a gente tenha um tempo muito curto para analisar as minutas de resolução. Mas, tenho certeza que as nossas considerações sairão boas, com o menor, para as nossas manifestações juntos ao TSE e, até mesmo, o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás”, conclui a presidente da CDPE.