O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), anunciou que vai entrar, com outros senadores, com uma representação na Procuradoria-geral da República pedindo que sejam apurados os fatos ligados à declaração do Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Em ato de campanha de correligionário de seu partido, o PSDB, na cidade de Ribeirão Preto neste domingo, o ministro falou sobre nova fase da Operação Lava Jato. “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”, disse.
No dia seguinte às declarações do ministro, a Operação Lava Jato deflagrou a 35ª fase, em que prendeu o ex-ministro da Fazenda do governo Lula, Antonio Palocci. Para Lindberg a declaração revela que o ministro sabia da operação. “É um absurdo. Quem fez o pedido de prisão, desta vez, foi a Polícia Federal, e parece que o ministro sabia antes. Depois, veio com uma desculpa que subestima a inteligência das pessoas, que não tem nada a ver”, disse o senador. “Parece claro que há uma interferência política nas investigações e temos que saber o que de fato está acontecendo”.
De acordo com a assessoria técnica de Lindbergh, o ministro precisa ser investigado no âmbito da lei 12.850/2013, que prevê detenção por promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa e na Lei 8.429/92, que trata de improbidade administrativa. Além de infrações no Código Penal, como revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação.