Orçamento secreto: Delegado Waldir diz que é injusto que Goiás receba menos emendas que o Amapá
O Delegado Waldir (PSL) diz que expôs valor das emendas do chamado orçamento secreto para…
O Delegado Waldir (PSL) diz que expôs valor das emendas do chamado orçamento secreto para dar “transparência” ao processo. “É um absurdo que o Amapá tenha recebido R$ 300 milhões de emendas e Goiás não seja contemplado da mesma forma, considerando que temos mais de 7 milhões de habitantes”, salientou ao Mais Goiás.
O deputado federal avalia que a diferença na destinação de emendas do relator, conduzidas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), está sendo “injusta com a população de Goiás”.
“Apenas alguns estados, que são bases do presidente do Senado [Rodrigo Pacheco, do DEM], do Lira [presidente da Câmara] e do Davi Alcolumbre [do DEM, ex-presidente do Senado] é que recebem os maiores valores”, criticou.
“Favorecimento de parlamentares”
Delegado Waldir diz que Goiás sofre com a falta de recursos das emendas do relator por favorecimento a “apenas dois parlamentares”. No entanto, não citou os nomes. Sabe-se que ele está em pé de guerra com Major Vitor Hugo (PSL), que é considerado um dos articuladores do orçamento secreto.
“Isso é injusto com a população. O motivo da minha denúncia é fazer com que todos os prefeitos de Goiás recebam recursos. Hoje apenas alguns recebem em razão do orçamento secreto e do privilégio de alguns parlamentares”, diz.
Bolsolão: Delegado Waldir que diz que deputados receberam R$ 10 mi para votarem em Lira
Em reportagem publicada pelo The Intercept, na semana passada, Delegado Waldir denunciou ter recebido a oferta de R$ 10 milhões em emendas em troca do voto em Lira para a presidência da Câmara dos Deputados.
O parlamentar disse que o valor poderia ter sido ainda maior. Já que outros R$ 10 milhões foram acordados no mesmo período, mas ele não soube precisar se também em troca do voto em Lira ou da aprovação de algum outro projeto à época.
Delegado Waldir ainda acusou a participação do general Luiz Eduardo Ramos, secretário-geral da Presidência da República, como principal articulador político com o Congresso para a formatação do orçamento secreto.
Segundo a reportagem do Intercept, o parlamentar não chegou a ter os valores empenhados em decorrência da cisão no PSL, em 2019. Na ocasião, Waldir acusou Bolsonaro de destituí-lo da liderança do partido para colocar Eduardo Bolsonaro.
Orçamento secreto
O esquema do orçamento secreto foi criado pelo presidente Jair Bolsonaro e operado com verba do Ministério do Desenvolvimento Regional para destinação de emendas do orçamento federal a alguns parlamentares próximos ao governo.
Parte desta verba seria destinada à compra de tratores e outros maquinários a preços superfaturados em municípios a escolha dos deputados. Por isso, o nome tratoraço.
A liberação das verbas teria sido feita via emenda de relator para influenciar os parlamentares na Câmara dos Deputados em votações de interesse do governo federal. A destinação destas verbas sofrem de falta de transparência por não ter indicação específica e ser rastreada para quem, como e onde serão aplicadas.