Os 100 anos de sigilo escondem mais que um século
O ano é 1921. Você sabe o que estava rolando no mundo e no Brasil…
O ano é 1921. Você sabe o que estava rolando no mundo e no Brasil um século atrás? Deixe-me lhe ajudar a rememorar uns fatos marcantes.
Albert Einstein recebeu o prêmio Nobel de Física.
A Princesa Isabel morreu com 75 anos de idade na França.
A Alemanha recusou os acordos sobre as reparações da Primeira Guerra Mundial, que então era conhecida como a Grande Guerra, e teve início a corrida armamentista que culminou na Segunda Guerra Mundial.
Mao Tsé-Tung fundou o Partido Comunista Chinês.
Adolf Hitler foi escolhido presidente do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Na Itália, por sua vez, Benito Mussolini se autointitulou “duce”, o líder, do Partido Fascista Nacionalista.
O Cruzeiro Esporte Clube foi fundado em Belo Horizonte.
Tinha início também o jornal Folha de São Paulo.
Charles Chaplin lançou o filme O Garoto.
Monteiro Lobato lançou o livro O Saci.
A Turquia se transformou em uma república.
A Mongólia se tornou independente.
É muita coisa, né? E tudo muito longínquo, que precisa de pesquisa para sabermos. Um século é tempo pra danar. Com isso em mente, entendeu o quanto o sigilo de 100 anos colocado pelo Exército Brasileiro no processo envolvendo o general Eduardo Pazuello é fora de qualquer razoabilidade? O princípio da transparência é claramente violado.
Mas eu estou até tranquilo. Essa rapaziada insignificante vai passar. Será que alguém de 2121 se lembrará que um dia a gente viveu esse lamaçal que é o governo Bolsonaro? Que tivemos uma figura minúscula como Pazuello de ministro da Saúde e general da ativa discursando em manifestações políticas?
Aposto que não. Mas você aí do futuro, saberia me dar essa resposta?
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução CNN