PL DO VENENO

Padre de Itapuranga critica deputados goianos por afrouxar restrições a agrotóxicos

O padre Celso Leonel Carpenedo, de Itapuranga, aproveitou parte da missa de domingo (13) para…

O padre Celso Leonel Carpenedo, de Itapuranga, aproveitou parte da missa de domingo (13) para criticar o projeto de lei 6.299 (PL do Veneno) – que afrouxa restrições ao uso de agrotóxicos. Segundo o religioso, os deputados não compram os mesmos produtos da população, que “come o veneno”.

“Nosso povo está doente, nós temos muitas situações de câncer, inclusive em Itapuranga. Tem veneno demais. Os países da Europa deixarão de comprar nossa produção, pois não aceitam esse tanto de veneno… Nossos deputados, que não compram nos mercados da gente. Eles compram em departamentos que só tem comida biológica, 30% mais cara, mas eles têm dinheiro para bancar… Enquanto o povo come o veneno.”

E ainda: “A vida de vocês diz respeito à Igreja. A saúde de vocês diz respeito à Igreja. Se nós não defendermos a saúde, que religião é essa? Que fé é essa?”

A matéria foi aprovada na última quarta-feira (9), na Câmara Federal, e somente dois deputados por Goiás foram contrários: Rubens Otoni (PT) e Elias Vaz (PSB). Lucas Vergílio (Solidariedade) e Flávia Morais (PDT) se abstiveram e os demais foram favoráveis.

O padre pediu, inclusive, que os fiéis prestassem atenção em quem “votou contra e a favor da vida” para a próxima eleição. “Lembrem, tem eleição esse ano. Procurem quem votou contra e quem votou a favor da vida, quem votou a favor de nós. Não pode, não dá.”

Padre fez críticas a Francisco Júnior

O deputado federal Francisco Júnior (PSD) faz parte da Frente Parlamentar Católica. O padre Carpenedo, que leu o voto de cada parlamentar, fez uma maior citação a Francisco.

Segundo ele, o parlamentar – que é ligado à Igreja Católica – votou pela aprovação do projeto. Ele afirmou que Francisco “não obedece sequer o papa Francisco“. “Não obedece a carta do papa, Laudato Si, que pede a diminuição dos venenos.”

Francisco Júnior

O portal procurou o deputado Francisco Júnior para comentar sobre a citação. Confira a nota enviada ao Mais Goiás por volta das 16h30:

“Em uma época que a inflação aflige milhões de brasileiros, incluindo nós goianos, e a crise causada pela Covid-19 gera grande dificuldade em colocar a comida na mesa e pagar as contas, ver críticas descabidas a uma lei que deverá baratear os alimentos é algo sem sentido. A lei que votamos e aprovamos na Câmara dos Deputados atualiza as normas e regras sobre o uso de defensivos agrícolas no nosso País, para corrigir falhas nos processos, ajustar prazos e reduzir a burocracia, que só encarecem o que produzimos.

A lei anterior é de 1989 e a Câmara já discutia mudanças há 20 anos, um tempo que é impensável em qualquer outro lugar do mundo. A lei que aprovamos faz algo ainda mais importante: estabelece um novo mecanismo de avaliação: a análise de risco dos defensivos, algo que até hoje nem era feito no Brasil. E, como parte dessa modernização, também faz a integração das análises, sejam ambientais, de saúde ou agronômicas.

Além disso, foram criados critérios para as prioridades de avaliação dos defensivos, e não a “liberação branca” que existia. Até a nova lei, qualquer agrotóxico poderia ser utilizado indefinidamente apenas com um registro temporário, que fica parado décadas pelos procedimentos e burocracia, que agora foram alterados. Ao contrário do que tem sido dito por quem deseja fazer uso político da desinformação, a nova lei dá mais transparência nos registros, inclusive estabelecendo o acompanhamento eletrônico dos processos.”

Deputado federal Francisco Júnior (PSD)

Veja como votou cada goiano

A favor:

  • Adriano do Baldy (PP);
  • Célio Silveira (PSDB);
  • Zacharias Calil (DEM);
  • Glaustin da Fokus (PSC);
  • José Mario Schrein (DEM);
  • Professor Alcides (PP);
  • Vitor Hugo (PSL);
  • Alcides Rodrigues (Patriota);
  • Delegado Waldir (PSL);
  • Francisco Jr. (PSD);
  • João Campos (Republicanos);
  • José Nelto (Podemos);
  • Magda Mofatto (PL).

Contra:

  • Rubens Otoni (PT);
  • Elias Vaz (PSB).

Não votaram:

  • Lucas Vergílio (Solidariedade);
  • Flávia Morais (PDT).

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