Para onde vai Goiânia?
Com desembarque do MDB, ninguém sabe por qual caminho Goiânia seguirá
Agora é oficial: ninguém sabe que rumo vai tomar Goiânia. Afinal de contas, ninguém sabe o que propõe a administração Rogério Cruz. O impactante desembarque da maioria do secretariado, todos ligados ao MDB, mostrou que a Prefeitura de Goiânia está definitivamente sob nova direção. Só que ninguém sabe de quem é.
Claro que Cruz tem a legitimidade da urna para estar sentado onde está. Vice existe para isso mesmo – embora eu ache que deveríamos acabar com todos os vices, mas isso é conversa para outra hora. O fato é que temos um prefeito acidental e que comanda a cidade hoje graças à tragédia da covid-19.
Antes do racha, havia o argumento de que os preceitos que Maguito Vilela prezava seriam seguidos pelos quadros do MDB que comandavam as secretarias. Isso não existe mais.
Qual o norte administrativo do partido do prefeito, o Republicanos? Por que tantos nomes importados na gestão? Quais são as prioridades administrativas de Cruz? Ninguém sabe responder.
Em entrevista ao podcast Poder em Jogo, produzido pelo Mais Goiás e disponível no Spotify, Andrey Azeredo abriu a caixa de ferramentas e fez críticas contundentes. Segundo ele, quem orienta o prefeito não tem vínculos com a cidade, a direção nacional do partido não participou do arranjo político que levou Cruz ao cargo de vice na chapa de Maguito e esses que nunca deram as caras por aqui estão agora dando as cartas no Paço Municipal. Preocupante.
Com a fragilidade do prefeito, os vereadores cresceram e estão ocupando tudo que é espaço possível na estrutura administrativa da Prefeitura.
Isso vai dar certo? Não sei, não tenho bola de cristal para prever o futuro. Mas posso tentar um chute olhando o passado. E a história nos diz que quando temos um prefeito politicamente frágil, os vereadores sugam até a última gota da seiva que brota do Executivo. Quando não mais existir o que extrair, cospem o bagaço e saem à procura de quem exale expectativa de poder.
A vida de Cruz não será nada fácil. E nada indica que a do goianiense será melhor.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Jucimar de Sousa / Mais Goiás