Para presidente do PSDB em Goiânia, fritar candidatura de Doria é “erro grave”

A presidente do diretório do PSDB em Goiânia, vereadora Aava Santiago, não votou no ex-governador João Doria nas prévias que escolheram o candidato do partido a presidente da República. Mesmo assim, ela considera um “erro grave” atropelar o resultado da consulta interna e descartá-lo do processo eleitoral. Aava afirma que, caso a fritura em óleo quente se confirme, o PSDB “sairá pequeno”.

“O PSDB sai muito pequeno, porque quando ele deu um gesto de refrigério, de renovação de suas práticas [ao realizar prévias para escolha do seu candidato à Presidência da República, na eleição deste ano], ele não consegue sustentar isso. Não consegue subsistir a uma disputa interna. Se uma disputa interna nos corrói, é porque já estamos muito mal das pernas”, disse Aava à rádio Sagres, nesta quinta-feira (19).

Na tarde de quarta, ficaram ainda mais fortes os rumores de que o diretório nacional do PSDB vai sabotar a postulação do ex-governador de São Paulo e, em vez disso, indicar o senador Tasso Jereissati (CE) para compor chapa com a senadora Simone Tebet (MDB-MS), na condição de pré-candidato a vice-presidente.

“Se foi o Doria que ganhou as prévias, o partido tinha que manter o trato eleitoral. Até porque se falarmos em viabilidade, sejamos franco: a Simone também não tem. Tínhamos que ser leais”, afirma a presidente do PSDB em Goiânia. “Eu votei, nas prévias, acreditando que havia uma disputa. O partido está cometendo um erro grave, e não é pela Simone. O PSDB deveria ter hombridade e manter o que o seu eleitorado escolheu. Temos o risco a reduzir a nossa história a partido de sigla, partido de aluguel. O que não somos”.

Doria em Goiânia e Trindade

Nesse clima de cisão interna, o ex-governador de São Paulo deve cumprir agenda em Goiás nesta sexta (20). A expectativa é a de que ele desembarque no estado às 10 horas. O seu primeiro compromisso deve ser uma visita à Basílica do Divino Pai Eterno e à Vila São Cotollengo, em Tindade. Em seguida, às 12h30, reúne-se com a imprensa para entrevista coletiva em Goiânia. Encerra o o dia com reuniões no Augustu’s Hotel.

“É muito difícil manter uma candidatura quando o processo interno está implodido. Quando a eleição passa, os partidos precisam ficar e repensar o Brasil. Eu não vou sair dessa trincheira. No começo, fui muito cobrada por ter me filiado ao PSDB. Agora, que eu assumi os desgastes do partido, permanecerei aqui. E me esforçarei para que o PSDB faça retomada como partido significativo. Defenderei o resultado das prévias”, completa a vereadora.