Parlamentares britânicos falam de meio ambiente no Brasil, mas Bolsonaro tem outro foco na ONU
No Senado Federal, cinco parlamentares britânicos debateram sobre Amazônia, Venezuela, educação e comércio nesta terça-feira…
No Senado Federal, cinco parlamentares britânicos debateram sobre Amazônia, Venezuela, educação e comércio nesta terça-feira (24). A data é marcada também pelo dia que o Brasil foi isolado dos debates sobre o meio ambiente na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Isto, porque na segunda (23), líderes internacionais (entre eles Emmanuel Macron, da França) debateram os rumos das florestas tropicais no mundo, dentre elas a Amazônia, sem a participação brasileira.
O tema ambiental, que era aguardado como principal na fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em sua participação na Assembleia-Geral, ficou em segundo plano. Logo de início, o gestor disse ter assumido a nação “à beira do socialismo”, que seria influenciada por Cuba e Venezuela.
Por acaso, no Senado, o chefe da delegação, Mark Menzies, questionou o que o Brasil tem feito para ajudar a população da Venezuela. Na ONU, Bolsonaro atacava o país vizinho, bem como o foro de São Paulo.
“Organização criminosa criada por Fidel (Castro, ex-presidente de Cuba), Lula (Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil) e Chávez (Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela)”, que precisa ser combatida.
Meio ambiente
A visita da delegação britânica teve como um dos grandes gargalos as discussões sobre o meio ambiente. Mark Menzies afirmou reconhecer o esforço do País por um crescimento mais limpo, enquanto Lorde Howarth of Newport (título do trabalhista Alan Howarth), declarou que o Brasil tem “um privilégio e uma responsabilidade”, que é o desafio de preservar a Floresta Amazônica.
Outro membro da comitiva, Martin Vickers, do Partido Conservador, disse que o Reino Unido tem interesse em desenvolver projetos de energia renovável com o Brasil, mas também realizar outras formas de cooperação. Chris Leslie, do Grupo Independente por Mudanças, ressaltou que os que os britânicos de Nottingham estão preocupados com o meio ambiente. Segundo ele, “todo mundo quer apoiar a população da Amazônia e o povo brasileiro”, a fim de que se haja desenvolvimento sustentável, ou seja, com a preservação da floresta.
Já o presidente brasileiro, em sua fala na ONU, classificou como falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade. Além disso, ele afirmou que as queimadas na floresta foram um incidente por conta do clima seco e práticas da cultura local. “Não está sendo devastada e nem consumida pelo fogo, como diz mentirosamente a mídia.”
Ainda segundo o líder, a Amazônia permanece praticamente intocada, apesar de ser maior que a Europa Ocidental. Bolsonaro ainda aproveitou o momento de fala para dizer que o líder indígena que luta contra o desmatamento da Amazônia, cacique Raoni, é uma das pessoas utilizadas como “peças de manobras” por governos estrangeiros. “Os que nos atacam não estão preocupados com os índios, mas com as riquezas minerais [dessas regiões]”.
Senado
O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) declarou aos visitantes que o governo busca equilíbrio entre proteger um patrimônio da humanidade [a Floresta Amazônica] e garantir qualidade vida aos brasileiros da região, que são cerca de 20 milhões.
“Jamais poderemos recursar ajuda internacional, tanto de recursos como de tecnologia. Nós temos uma preocupação grande com os brasileiros que vivem lá. E temos feito um esforço em conjunto com a comunidade internacional, mas respeitando nossa soberania.”
Sobre a Venezuela, o tucano pontuou que o País respeita a soberania daquela nação e descartou uma intervenção militar. Apesar disso, ele explicitou que o Brasil não fecha os olhos para crise humanitária.
O congressista Sérgio Petecão (PSD-AC), por sua vez, declarou que “a preocupação” dos visitantes “é importante, e precisamos de apoio. Mas seria muito bom que vocês conhecessem mais a realidade da região. Há muito interesse e muita gente querendo tirar proveito dessa situação”, relatou ao relacionar o tema aos incêndios na floresta.
(Com informações do Notícias UOL e Agência Senado)