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Parlamentares goianos dividem opiniões sobre a proposta de fim da escala de trabalho 6×1

Adriana Accorsi, Rubens Otoni, Zacharias Calil, Gustavo Gayer e Ismael Alexandrino opinaram

A proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com a escala 6×1 – jornada de seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso – vem gerando debates intensos entre os parlamentares. Entre os 17 deputados federais do estado, três se posicionaram favoráveis e assinaram a PEC: Adriana Accorsi (PT), Rubens Otoni (PT) e Zacharias Calil (União Brasil). A proposta destaca a necessidade de mais dias de descanso para os trabalhadores, argumentando que o atual sistema prejudica o bem-estar físico e mental de muitas pessoas.

A PEC da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), anunciou na manhã desta quarta-feira (13), que conseguiu alcançar as 171 assinaturas necessárias para que a proposta seja protocolada na Câmara e o debate seja aberto junto ao Plenário e Comissões. Na prática, ela reduz os dias trabalhados para 4 dias, proporcionando até três dias de folga aos trabalhadores.

Adriana Accorsi: “A escala é desumana e afeta principalmente as mulheres”

Para a deputada Adriana Accorsi (PT), o fim da escala 6×1 representa uma oportunidade de proporcionar uma vida mais digna aos trabalhadores. Em declaração ao Mais Goiás, ela destacou. “O sistema de escala 6×1 priva os trabalhadores e as trabalhadoras do convívio com a família, do cuidado com a saúde física e mental, de frequentar a igreja ou estudar e de ter o descanso merecido!” Adriana também ressaltou os impactos desproporcionais dessa jornada sobre as mulheres.

“A escala de trabalho 6×1 é uma jornada desumana que afeta a todos, mas é ainda mais injusta para as mulheres. Além das horas exaustivas no trabalho, muitas enfrentam uma dupla jornada ao cuidar da casa, da família e de si mesmas com pouquíssimo tempo de descanso. Esse ritmo prejudica a saúde, esgota as energias e rouba o tempo que deveriam ter para estar com quem amam e para o próprio bem-estar.”

Rubens Otoni: “Mais tempo para formação profissional e convivência familiar”

Outro defensor da PEC, o deputado Rubens Otoni (PT) enfatizou os benefícios para a saúde mental dos trabalhadores. “Essa mudança significa mais tempo para investirem em sua formação profissional e para estarem com suas famílias, o que pode favorecer a saúde mental de todos.”

Otoni reiterou seu compromisso com políticas que valorizem a vida e o bem-estar dos trabalhadores, destacando que continuará a defender pautas que garantam direitos e qualidade de vida.

Zacharias Calil: “Debate deve considerar a viabilidade econômica das empresas”

Representante da base governista de Ronaldo Caiado, Zacharias Calil argumentou que a PEC acompanha uma tendência mundial de revisão das jornadas de trabalho. Ele destacou a importância de equilibrar a qualidade de vida dos trabalhadores com a sustentabilidade econômica das empresas. “Assinei a PEC Vida Além do Trabalho para pôr fim à escala 6×1, seguindo uma tendência mundial. É hora de debater amplamente a qualidade de vida do trabalhador e a viabilidade econômica das empresas privadas, que são as maiores geradoras de empregos no país,” afirmou Calil, indicando que vê na proposta uma oportunidade de diálogo sobre as condições de trabalho no Brasil.

Gayer e Ismael Alexandrino se opõem à PEC, defendendo a flexibilidade da CLT

Nem todos os parlamentares goianos compartilham do entusiasmo com a proposta. O deputado federal Gustavo Gayer (PL) foi enfático ao condenar a PEC, considerando-a “uma proposta inexequível, sem pé nem cabeça.” Ele argumenta que quem apoia a proposta desconhece as consequências econômicas, o que poderia levar o país à miséria, segundo sua visão.

Ismael Alexandrino (PSD) também manifestou forte oposição, pontuando que a proposta representa riscos para a manutenção dos empregos. Ele acredita que o tema já é suficientemente abordado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que permite a negociação de jornadas entre empregador e empregado. “Considero deletéria para a sustentabilidade dos empregos. A relação empregado e empregador é definida pelo contrato estabelecido na CLT, que já permite qualquer tipo de jornada, desde que acordada. Exigir uma escala fixa que onere o empregador será repassado custo pro usuário,” argumentou Alexandrino, reforçando que a imposição da escala 6×1 em uma PEC induziria a demissões e ao desemprego.”