A CARA DA DEMOCRACIA

Partidos, igrejas e STF: veja os índices de confiança dos brasileiros nas instituições

Se, em 2018, 78% declaravam não confiar nas legendas, hoje o índice engloba 53% dos entrevistados

Foto: Agência Brasil

Em um ano de eleições gerais, parte das instituições brasileiras registram recuperações nos índices de confiança da população, na comparação com 2018. A tendência é apontada pela pesquisa de opinião pública anual “A cara da democracia”. Os destaques são os partidos políticos e o Congresso. Ainda que o percentual dos brasileiros que não confiam nas legendas e no Parlamento continue significativo, ambos somam reduções na avaliação negativa.

Por outro lado, as Forças Armadas, que no período ganharam protagonismo político no governo do presidente Jair Bolsonaro, viram a desconfiança sobre elas subir oito pontos em quatro anos para 29%, embora o saldo permaneça positivo: 70% dos brasileiros demonstram algum grau de confiança nos militares.

Se, em 2018, 78% declaravam não confiar nas legendas, hoje o índice engloba 53% dos entrevistados. Mudança em menor grau foi observada também na avaliação do Congresso: o percentual dos que não confiam no Parlamento passou de 58% para 46% este ano.

Confiança nas instituições, segundo a pesquisa "A cara da democracia" — Foto: Arte / O Globo
Confiança nas instituições, segundo a pesquisa “A cara da democracia” — Foto: Arte / O Globo

Não há diferenças relevantes no perfil de quem não confia nas legendas nos recortes por sexo, renda e escolaridade, mas o percentual varia quando analisadas as regiões brasileiras. É maior nas regiões Centro-Oeste (58%) e Sudeste (57%), e menor no Nordeste (45%) e Norte (47%). A mesma divisão entre as regiões ocorre entre aqueles que não confiam no Congresso. Os índices são mais altos no Sudeste (49%) e Centro-Oeste (48%).

Histórico da confiança das instituições, segundo a pesquisa "A cara da democracia" — Foto: Arte / O Globo
Histórico da confiança das instituições, segundo a pesquisa “A cara da democracia” — Foto: Arte / O Globo

Justiça e igrejas

Alvo de ataques do presidente e de seus apoiadores, o Supremo Tribunal Federal (STF) é outra instituição com melhora. Depois de os brasileiros que não confiam na Corte subirem nos anos iniciais do governo Bolsonaro até o índice chegar a 43% no ano passado, o percentual recuou levemente em 2022, para 37%, ao passo que houve aumento da participação daqueles que dizem confiar mais ou menos no tribunal (32%).

Os segmentos que menos confiam no STF são os homens (41% não confiam, contra 34% entre as mulheres), os mais ricos (não confiam 42% na faixa acima de cinco salários) e os moradores das regiões Sudeste (42%), Sul (38%) e Centro-Oeste (38%). Os percentuais são menores no Nordeste (30%) e Norte (33%).

Em meio à campanha, sem provas, do bolsonarismo contra o funcionamento das urnas eletrônicas, os brasileiros demonstram confiar mais na Justiça Eleitoral que no STF. Ao todo, 69% indicaram algum grau de confiança na instituição responsável por conduzir o processo eleitoral, contra 29% que dizem não confiar nela — mesmo patamar registrado pelas Forças Armadas.