CORRUPÇÃO

Pastor acusado de corrupção chora durante culto em Aparecida: “guerra contra o Evangelho”

O pastor Gilmar Santos, acusado de participar de esquema de recursos de desvios no Ministério…

O pastor Gilmar Santos, acusado de participar de esquema de recursos de desvios no Ministério da Educação (MEC), chorou ao participar de um culto, na madrugada deste domingo (26), em uma igreja evangélica de Aparecida de Goiânia. Ele foi preso pela Polícia Federal na última quarta-feira (22), durante operação da Polícia Federal que investiga corrupção e tráfico de influência na pasta sob o governo Jair Bolsonaro (PL).

Gilmar Santos diz, durante o culto, ter recusado a conceder uma entrevista ao Programa Fantástico, da Rede Globo, sobre sua versão de participação no esquema investigado pela Polícia Federal. “Ainda não! Ainda não!”, repete e começa a chorar, sob manifestações favoráveis de fiéis.

“Na hora certa vamos convocar uma entrevista coletiva. Vamos orar não só pelo pastor Gilmar. Vamos orar pela Igreja Evangélica brasileira. Estão me entendendo, meus irmãos?!”, disse.

“Essa guerra não é contra um: é contra o Evangelho. Contra famílias, o que nós pregamos. Casamento, o que nós ensinamos. Meus irmãos, essa guerra é contra os fundamentos, os pilares da doutrina que nós da Igreja Evangélica ensina”, afirmou sem citar especificamente a prisão e as investigações da Polícia Federal.

Suspeitas

O pastor foi preso na quarta-feira junto com o ex-ministro de Educação, Milton Ribeiro, e outro religioso, Arilton Moura, por suspeitas de corrupção e tráfico de influência para liberação de verbas da pasta durante o governo Bolsonaro.

Segundo investigações da Polícia Federal, ele usavam influência no Ministério para conseguir liberação de recursos através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. O movimento foi chamado de gabinete paralelo, já que áudio  mostra que o ex-ministro diz atender solicitação de Bolsonaro e priorizaria liberação de verba para prefeitos cujas liberação foram negociadas diretamente com Gilmar Santos e Arilton Moura.

Em um dos casos, Arilton teria pedido 1 quilo de ouro como contrapartida a um prefeito pela liberação de verbas.