'GABINETE PARALELO'

Pastor que preside igreja em Goiânia é um dos lobistas com influência no MEC

Pastor Gilmar foi apontado como um dos protagonistas em um suposto esquema de lobby e influência no Ministério da Educação

"Mentir nem por brincadeira", diz pastor goiano citado em suposto lobby do MEC (Foto: reprodução)

Um dos líderes religiosos e protagonista de suposto lobby e influência no Ministério da Educação, o pastor Gilmar Santos preside uma igreja na cidade de Goiânia. Ele, que foi apontado pela Folha como integrante de um esquema informal de destinação de verbas do MEC, exerce a pregação do evangelho há 40 anos, segundo expõe na própria biografia do Instagram.

Gilmar é presidente da Assembleia de Deus (AD) Ministério Cristo para Todos, localizada na Av. T-9, no Jardim América, na capital.

Conforme informações compartilhadas por ele nas redes sociais, o religioso também preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (CONIMADB) e é diretor do Instituto Teológico Cristo Para Todos (ITCT).

No Instragam, Gilmar Santos possui mais de 154 mil seguidores. No canal do Youtube, o religioso conta com 40 mil inscritos. Em seus perfis nas redes sociais, o pastor compartilha vídeos e textos de pregações, além de ‘curas’.

Gabinete paralelo: Entenda a polêmica do lobby de religiosos no MEC

Na segunda-feira (21), o jornal “Folha de S. Paulo” divulgou áudio em que mostra um suposto “gabinete paralelo” no Ministério da Educação. Em conversa gravada e obtida pela reportagem, o ministro Milton Ribeiro diz atende uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro e que o Governo Federal prioriza prefeitos cujos pedidos de liberação de verba foram negociados com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que teria pedido 1 kg de ouro para liberar dinheiro no MEC.

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar […] porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender todos os que são amigos do pastor Gilmar”, afirma o ministro em conversa entre os religiosos e alguns prefeitos.

Em nota, o ministro da Educação negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha pedido atendimento preferencial a prefeituras apadrinhadas por pastores. Ribeiro afirmou ainda que todas as solicitações feitas à pasta são encaminhadas para avaliação da área técnica.

Após a polêmica, Gilmar disse nas redes sociais que “um dia faz declaração a outro dia”. “Aqui está o mesmo pastor Gilmar Santos para falar e viver a verdade. Este servo, que Deus sempre usou para ministrar a palavra, a cura e a inspiração […] meus amores, fiquem em paz em nome de Jesus. Meu abraço ungido para vocês”, afirmou no vídeo sem mencionar o suposto esquema no Ministério da Educação.