BASTIDORES DA POLÍTICA

Paulo Moura inicia pesquisas para entender razões da rejeição de Rogério Cruz

Estrategista vai recorrer a levantamentos qualitativos para nortear campanha

Paulo Moura, estrategista político, em conversa com jornalistas (Foto: Domingos Ketelbey - Mais Goiás)

Apesar do diagnóstico preliminar que a comunicação da Prefeitura de Goiânia cometeu “erros crônicos” ao longo dos últimos três anos, o estrategista Paulo Moura também traça estratégias para viabilizar a gestão do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) no que talvez seja a última cartada para reverter a alta rejeição que ronda o Paço Municipal: com sua equipe de inteligência elabora levantamentos qualitativos para entender o cenário e dar o melhor norte ao chefe do executivo.

Paulo Moura conversou com jornalistas na manhã desta sexta-feira (19) e por aproximadamente 40 minutos, tentou explicar o cenário e os desafios que tinha diante de uma gestão que possui altos índices de rejeição. De acordo com o último levantamento elaborado pela Goiás Pesquisas, encomendado pelo portal Mais Goiás, Rogério Cruz lidera os índices de rejeição entre os pré-candidatos com 40,07%.

Ele destaca que vê os números com naturalidade. No entanto, sua equipe de inteligência já está trabalhando em levantamentos qualitativos para compreender os motivos da alta rejeição. “Comento a rejeição de dois dígitos do candidato Rogério com muita naturalidade. Não é fazer um descaso. É com naturalidade. Com a responsabilidade de mergulhar para entender a fundo qual é [essa rejeição] e quais os motivos dela. É essa avaliação que a gente está querendo entender”, destacou ao ser questionado pelo Mais Goiás.

Pesquisas qualitativas para entender o “sentimento” do eleitor

Por meio de pesquisas qualitativas, Paulo tenta esmiuçar o “sentimento” do eleitor. “Não analisamos a quantidade dessa rejeição. É o sentimento dessa rejeição que estamos tentando traduzir. É de decepção? Vou dar alguns exemplos: é um sentimento de desapontamento, raiva? Cada um deles tem um motivo. Em qual área? É mais na região Noroeste? E por que na região Noroeste? Eu preciso entender isso”, indaga.

Outro ponto que o estrategista pretende identificar nessas qualis é também qual o perfil de gestor ideal o eleitor de Goiânia deseja eleger em outubro. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) atesta que deve ser um gestor com experiência política. Paulo diz que ainda precisa ter mais dados para chegar a essa afirmação.

“Primeiro eu vou analisar o meu cliente. Colho os seus atributos, suas potencialidades, capacidade de comunicação verbal e não verbal, uma série de indicadores e cruzo com esse perfil ideal. Então faço o cruzamento disso e vou ter um extrato, onde eu vou identificar aquilo que meu candidato já tem e o que ele não tem”, pontuou.

Impactos da mudança de partido na campanha

Paulo tentou minimizar os impactos da mudança de partido feita pelo prefeito Rogério Cruz, às vésperas da janela partidária e negou que a mudança do Republicanos para o Solidariedade tenha sido “traumática”, ao ser questionado sobre o assunto pelo Mais Goiás. Ao contrário, quis criar uma narrativa que colocava o Solidariedade como opção mais vantajosa ao chefe do executivo e por isso, houve a troca. 

“O Paulinho da Força, presidente do novo partido [Solidariedade] assim como com outros partidos, já vinha conversando. Esse convite é natural. A capital de uma importância como Goiânia desperta o interesse de qualquer partido. O partido precisa de quadros para o majoritário, então é interessante”, destacou ao portal ignorando o cenário imposto pelo Republicanos ao comunicar a Rogério Cruz que sua campanha de reeleição não era viável.

Experimentado, o profissional é dono de campanhas vitoriosas, como a que levou o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), ao Palácio Araguaia, sede do Governo do Tocantins. Também esteve auxiliando o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias (PT), enquanto esteve à frente do Governo do Piauí. Ele faz questão de dizer que a experiência serve para mostrar que tem um serviço prestado a diferentes colorações ideológicas. Entretanto, não serve de comparação com o que fará com Rogério Cruz ao longo dos próximos meses.