PCB e PSOL se unem para receber Sônia Guajarara em Goiânia
Candidatos ao Governo de Goiás, que são oponentes, estiveram no evento e falaram em fortalecimento de aliança
Os partidos Socialismo e Liberdade (PSOL) e Comunista Brasileiro (PCB) se uniram, em Goiás, para receber a vice-candidata à Presidência da República pelo PSOL, Sônia Guajajara. A vice de Guilherme Boulos (PSOL) esteve na capital nesta segunda-feira (10) em agenda de campanha.
O PSOL e o PCB não fizeram coligação em Goiás, mas apoiam a candidatura nacional de Boulos. Por isso, Weslei Garcia (PSOL) e Marcelo Lira (PCB), estavam lado a lado nesta manhã. Os dois são oponentes e concorrem ao Governo de Goiás, mas comentaram a aliança feita nesta segunda-feira.
“Nós formamos uma aliança forte e potente com movimentos sociais e dois partidos que também têm um histórico de ética na luta política. A gente está com o PSOL e o PCB porque são os partidos que acolheram nossas candidaturas e têm os mesmos princípios de solidariedade e de luta, combate a desigualdade e as injustiças”, explicou Sônia.
Durante a coletiva de imprensa, ela disse várias vezes que a participação do PSOL nestas eleições tem como intuito construir um projeto de sociedade. “Um projeto onde as pessoas tenham direitos iguais, solidariedade, se respeitem e, acima de tudo, tenha o princípio da ética”, defendeu.
Os candidatos concorrentes ao Governo de Goiás endossaram a fala de Guajajara. “Para nós, tem muito significado essa aliança com movimentos sociais, com o povo. A nossa aliança é, sim, paralela às eleições. Contra um cenário reacionário, conservador. Uma aliança emblemática, com a classe trabalhadora, para fazer esse enfrentamento”, afirmou Weslei Garcia.
“Essa aliança é construída dentro da política de Frentes, fundamental para esse cenário de lutas que se abriu no Brasil com um golpe de estado. É de fundamental importância caminharmos juntos nesse processo. Que vá além do processo eleitoral e se mantenha nos próximos anos”, disse Marcelo Lira.
Propostas
Sandra Guajajara é indígena, da etnia Guajajara/Tentehar, da Terra Indígena Araribóia, no Maranhão. Ela ressaltou que a bandeira da candidatura é pela representatividade e pela igualdade social. E destacou a necessidade de demarcação e regularização das terras indígenas e quilombolas no Brasil.
“Temos um programa, que não é simplesmente de campanha, eleitoral. É mais um programa que pensa as próximas gerações. E, para isso, precisamos que o povo esteja junto com a gente”, explicou Guajajara.
Uma das propostas do PSOL é garantir atendimento de qualidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todos. Além de educação acessível, desde a creche até o ensino superior. Sônia não poupou críticas ao processo de tributação,falando em necessidade de enfrentamento de privilégios.
“Esse déficit financeiro existe porque os ricos não pagam impostos, porque o sistema tributário é muito injusto, muito desigual. É por isso que a gente tem que enfrentar os privilégios. Para fazer com que os ricos paguem seus impostos e com isso a gente distribua melhor a renda nesse sistema financeiro”, explica a vice de Boulos.
Na agenda de atividades, Sônia visitou o acampamento Fildel Castro, no Conjunto Vera Cruz II, plenária com representantes de movimentos sociais e ato público no Bosque dos Buritis. Ainda citou as parcerias da candidatura com vários movimentos sociais o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), LGBTs, de apoio às mulheres e aos trabalhadores.