Apuração

PF abre inquérito para investigar escândalo das mensagens sobre presidenciáveis no WhatsApp

A investigação da PF tem prazo inicial de 30 dias, mas pode ser prorrogada. Será conduzida pela sede do órgão em Brasília

A Polícia Federal abriu na manhã deste sábado (20) um inquérito para investigar esquemas de disseminação massiva de fake news nas eleições presidenciais deste ano.
A investigação foi instaurada nos termos solicitados na véspera pela procuradora-geral Eleitoral, Raquel Dodge.

Dodge pediu a apuração de “eventual utilização de esquema profissional, por parte das campanhas [seja de Jair Bolsonaro, seja de Fernando Haddad], com o propósito de propagar notícias falsas”.

A iniciativa foi tomada após a Folha de S.Paulo noticiar, na quinta (18), que empresários apoiadores de Bolsonaro pagaram empresas para propagar mensagens contrárias ao PT, em massa, no Whatsapp.

A investigação da PF tem prazo inicial de 30 dias, mas pode ser prorrogada. Será conduzida pela sede do órgão em Brasília.

No documento em que requer a investigação, enviado ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a procuradora-geral cita também reportagens do jornal O Globo, publicada na sexta (19), e da BBC (publicada em dezembro do ano passado) sobre o disparo, em grandes proporções, de informações que, no entendimento dela, “em tese, podem caracterizar ofensas aos dois candidatos, partidos políticos ou coligações e, também, com conteúdos inverídicos”.

A procuradora sustenta que as condutas podem caracterizar crimes. Ela citou trecho da lei eleitoral que define como passível de detenção e multa a contratação, “direta ou indireta, de grupo de pessoas com a finalidade específica de emitir mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato, partido ou coligação”.