Odebrecht

PF pede prorrogação das prisões temporárias de detidos na Operação Cash Delivery

Depois de deflagrada a Operação Cash Delivery, que levou ao encarceramento de aliados do ex-governador…

Depois de deflagrada a Operação Cash Delivery, que levou ao encarceramento de aliados do ex-governador Marconi Perillo por suposto recebimento de propina da Odebrecht, a Polícia Federal (PF) requereu a prorrogação das prisões temporárias dos cinco detidos em mais cinco dias. O pedido, entretanto, ainda não foi avaliado, mas deverá ser até o fim desta terça-feira (2/10), já que o prazo limite para retenção dos prisioneiros sem ordem de manutenção é até esta meia-noite. É também neste lapso que o juiz da 11ª Vara da Justiça Federal em Goiânia, Rafael Ângelo Slomp, deverá apreciar o pedido das defesas para revogação das reclusões.

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da PF e por servidores da referida vara, segundo os quais há ainda um pedido do Ministério Público Federal (MPF), contra os investigados, que está em sigilo. A assessoria do órgão não confirmou, mas também não negou a existência do requerimento.

Entre os presos estão o ex-coordenador de campanha do governador e candidato à reeleição José Eliton (PSDB), Jayme Rincon; o filho dele, Rodrigo Godoi Rincon; o motorista de Jayme, o policial militar (PM) Márcio Garcia de Moura; o advogado e ex-PM Pablo Rogério de Oliveira; e o empresário Carlos Alberto Pacheco. Jayme ainda é ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e ex-tesoureiro de Perillo. Com ele e seu motorista foram encontrados maços de dinheiro que ultrapassam R$ 1 milhão.

No domingo (30/9), Rincon teve habeas corpus negado pelo desembargador Kássio Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Porém, a expectativa da defesa de Jayme, liderada pelo advogado Romero Ferraz, é de que o cliente seja solto nesta terça. “Esperamos que a medida realmente tenha cumprido o objetivo da autoridade policial e que ele saia hoje. Agora, se vai acontecer, é difícil falar. Se houver algum pedido, tanto para prorrogação como para conversão da prisão em preventiva, teremos que aguardar a decisão para definir qual será o rumo a ser trilhado”.

Mesmo com a apreensão das quantias em dinheiro encontradas com Jayme, cerca de R$ 79 mil, e com o motorista, cerca de R$ 940 mil.“É uma prisão desnecessária, embora as autoridades digam que não. Na nossa visão é eleitoreira, politiqueira, não dá para imaginar outra coisa. O montante encontrado com Jayme é um bom dinheiro, mas tem lastro. Ele responde a ações trabalhistas, tem processos, penhoras e, por isso, guardava a quantia em casa. Esse não tem qualquer tipo de problema. Agora, no caso do motorista, não sei dizer”.

O Mais Goiás não conseguiu contato com advogados que representam os outros temporariamente detidos, mas esclarece que, caso tenham interesse, terão espaço para manifestação neste texto.