Nazismo

PGR irá investigar suposta apologia ao nazismo praticada por Monark e Kim Kataguiri

O caso será analisado pela PGR em virtude do foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) do parlamentar envolvido no caso

Foto: Reprodução - Redes Sociais

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de uma investigação contra o deputado federal Kim Kataguiri (Podemos-SP) e pelo podcaster e influencer Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark. A investigação irá apurar um suposto crime de apologia ao nazismo durante um episódio do podcast Flow.

De acordo com a Procuradoria-geral da República (PGR), o Ministério Público Federal (MPF) já recebeu representações a respeito do episódio. Nele, Monark defendeu a legalidade de um partido nazista no Brasil. Kataguiri também será investigado por ter afirmado que considerou um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista.

O caso será analisado pela PGR em virtude do foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) do parlamentar envolvido no caso. No material divulgado pelo órgão, consta que Augusto Aras não pode “se posicionar sobre o caso específico”, mas “reitera posição contra o discurso de ódio já externada em mais de uma oportunidade”.

No material, Aras reforça uma parte do discurso que fez na semana passada, por ocasião da abertura do ano judiciário. “Todo discurso de ódio deve ser rejeitado com a deflagração permanente de campanhas de respeito a diversidade como fazemos no Ministério Público brasileiro para que a tolerância gere paz e afaste a violência do cotidiano”.

Monark afastado do Flow

Monark foi afastado dos Estúdios Flow, segundo informou a empresa via comunicado nesta terça-feira (8). Com a decisão ele não irá mais apresentar o programa ao lado de Igor Coelho.

“Reforçamos o nosso comprometimento com a Democracia e Direitos Humanos, portanto, o episódio 545 foi tirado do ar. Comunicamos também a decisão que a partir deste momento, o youtuber Bruno Aiub @Monark, está desligado dos Estúdios Flow”, destaca trecho do comunicado.

No comunicado divulgado nas redes sociais, a empresa afirma que a decisão foi tomada em “conformidade com o que determinam todos os preceitos de boa prática, nossa visão e missão, as quais o Estúdios Flow compactua e segue, lamentando profundamente o episódio ocorrido”.

Os Estúdios Flow ainda pediram desculpas “a todas as pessoas, em especial à comunidade judaica”. “Repudiamos todo e qualquer tipo de posicionamento que possa ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de um grupo social”.

Relembre a polêmica

A decisão veio após a repercussão da fala de Monark durante transmissão feita na segunda-feira (7), ao defender a criação de partidos nazistas no país.

“A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião […] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei”, declarou o apresentador no programa que contava com a participação de Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB).

Além da forte repercussão nas redes sociais, organizações judaicas, como a Confederação Israelita do Brasil e Federação Israelita de São Paulo, repudiaram os comentários de Monark.

Pedido de desculpas: “Eu estava bêbado”

O apresentador do Flow Podcast chegou a publicar um vídeo pedindo desculpas e disse que estava bêbado quando defendeu a existência de um partido nazista no Brasil. O vídeo foi publicado em suas redes sociais nesta terça-feira (8), depois da repercussão negativa de sua fala.

“Eu queria fazer esse vídeo para só pedir desculpas mesmo. Eu errei, a verdade é essa. Eu estava muito bêbado e eu fui defender uma ideia que é uma ideia que acontece em alguns lugares do mundo”, disse Monark.

Com informações de G1