OCULTAÇÃO

Planalto impõe sigilo de 100 anos para resultados de testes para Covid de Bolsonaro

Planalto destaca que divulgação violaria intimidade, vida privada, honra e imagem” de Bolsonaro

Planalto impõe sigilo de 100 anos para resultados de testes para Covid de Bolsonaro (Foto: Carlos Silva - MAPA)

O Palácio do Planalto impôs sigilo de 100 anos aos resultados dos testes da Covid realizados por Jair Bolsonaro. As informações são de Guilherme Amado, colunista do Metrópoles.

A decisão reforça a tese de que o mandatário já teria se imunizado ou até mesmo se infectado com o vírus novamente, sem divulgar essas informações.

Por diversas vezes, Bolsonaro afirma que não irá tomar o imunizante contra a Covid pois, segundo suas palavras, teria apresentado taxa de imunoglobulina suficiente para lhe proteger o vírus.

De acordo com o Palácio, através da Lei de Acesso da Informação (LAI), a divulgação desse dados violaria “intimidade, vida privada, honra e imagem” de Bolsonaro.

Entretanto, a LAI proíbe que essas restrições sejam feitas com o objetivo de prejudicar uma apuração de irregularidades ou recuperação de fatos históricos importantes. Na lei de 2011, a publicidade é a regra. O sigilo é apenas uma exceção. Desse modo, se Bolsonaro tiver contraído a Covid e ter omitido essa informação de quem convive com ele, pode responder por crime.

Bolsonaro fala de anticorpos e recusa da vacina durante entrevista

Em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro reforçou que não tomará a vacina contra Covid. “No tocante à vacina, eu decidi não tomá-la mais. Eu estou vendo novos estudos, eu estou com o meu, a minha imunização está lá em cima, IgG está 991. Para que eu vou tomar uma vacina? Seria a mesma coisa que você jogar na loteria R$ 10 para ganhar R$ 2. Não tem cabimento isso daí”, disse o presidente.

O exame de IgG é uma imunoglobulina, que é um anticorpo produzido a partir do 14º dia do inicio dos sintomas da Covid-19.

As declarações de Bolsonaro vão contra todas as recomendações das organizações de Saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), especialistas e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que rejeitam a tese defendida pelo presidente do Brasil.

“Não existe, até o momento, a definição da quantidade mínima de anticorpos neutralizantes – que evitam a entrada e a replicação do vírus nas células – para conferir proteção imunológica contra a infecção, reinfecção, formas graves da doença e novas variantes de Sars-CoV-2 em circulação. Por isso, os testes para diagnóstico não podem ser utilizados para determinar proteção vacinal”, escreveu a agência.

*Com informações do Metrópoles