Plano Diretor mobiliza pré-candidatos a prefeito de Goiânia
Aspirantes participaram de audiência pública virtual que tratou da atualização do Plano Diretor nesta quinta-feira (9)
Pré-candidatos a prefeito da capital nas eleições deste ano já começam a se aproximar de temas que serão debatidos no pleito que será realizado em novembro. Seis nomes que pretendem entrar na disputa política participaram, nesta quinta-feira (9), de audiência pública, realizada de forma virtual pela Câmara Municipal de Goiânia para debater o projeto de atualização do Plano Diretor.
Participaram dos debates os pré-candidatos e deputados estaduais: Major Araújo (PSL), Adriana Accorsi (PT), Eduardo Prado (DC) e Virmondes Cruvinel (Cidadania). Também estiveram discutindo temas do Plano Diretor, o deputado federal, Francisco Júnior, recentemente oficializado pelo PSD como pré-candidato na capital e o vereador Paulinho Graus (PDT).
Em meio às colocações feitas por cada um, foi possível perceber o tom de alguns assuntos que serão debatidos por eles na campanha eleitoral. Major Araújo, por exemplo, ressaltou a preocupação com a Segurança Pública. Assim como na eleição municipal de 2016, Francisco Júnior argumentou a necessidade de aprimorar o planejamento na gestão de Goiânia.
O deputado estadual Eduardo Prado, que foi vereador nos dois primeiros anos da atual legislatura, disse que além da questão relativa à Segurança Pública, há outros pontos que considera críticos, como a Expansão Urbana, a viabilização de um Anel Viário e a drenagem de Goiânia.
Já Virmondes Cruvinel também mencionou que foi vereador da capital e participou da elaboração do atual Plano Diretor, aprovado em 2007. “Nosso trabalho é focado em Goiânia, a discussão passa pelo Plano Diretor e é importante termos as informações técnicas”, disse o deputado estadual.
Major Araújo argumentou que no Plano Diretor seria importante o setor da Segurança Pública ser ouvido para avaliar impactos. O deputado estadual argumentou que há construção de novos empreendimentos e levam em conta diversos aspectos, mas desconsideram os potenciais riscos na área de segurança. “O setor da segurança pública deveria ser ouvido no Plano Diretor, nos novos bairros, prédios residenciais, como isso vai impactar na violência da nossa cidade. Que tipo de impacto vai trazer? Acho que essa seria uma grande contribuição”, indagou.
Adriana Accorsi relatou um ponto que foi explorado na campanha eleitoral de 2016 e que deve ser novamente colocado com ênfase, que é a inclusão social. Adriana ainda criticou o sistema de transporte, que, em tempo de pandemia, tem causado riscos de disseminação do coronavírus. “A Câmara tem promovido o debate democrático da cidade. Vivemos numa cidade excelente, mas que pode melhorar muito. Precisamos investir na inclusão social, somos uma das capitais mais desiguais do Brasil. O transporte público é um grande drama, trabalhadores necessitam deste transporte, é uma grande crueldade o que está acontecendo com essas pessoas na pandemia”, argumentou.
Francisco Júnior afirmou que a capital tem perdido oportunidades de desenvolvimento para outras regiões. Ele disse que a cidade tem fechado portas, à industrialização e aproveitamento da cadeia econômica. O parlamentar também criticou o transporte coletivo. Disse que as pessoas que não são da cidade têm dificuldade de entender como funciona o sistema. Ele sugere alterações.
“O conceito da cidade administrativa pode ser melhor pensado, as atividades possíveis na cidades, aliando desenvolvimento e sustentabilidade. Estamos a poucos quilômetros de um Porto Seco, gerar desenvolvimento, mas sem gerar poluição, mas de forma planejada. Até a própria questão da mobilidade, Goiânia tem um transporte atípico, em que o estrangeiro não consegue pagar o ônibus, entender como funciona. Gerar um novo conceito na cidade, os interesses do cidadão em primeiro lugar, hoje há uma fuga de atividades em Goiânia. A cidade não pode se fechar às oportunidades”, afirmou Francisco Júnior.
Na linha de Francisco Júnior, o pré-candidato do PDT vereador Paulinho Graus, sugeriu a alteração dos graus de incomodidade, para que empresas que têm encontrado dificuldade de atuar em Goiânia, não acabem migrando para as demais cidades da Região Metropolitana da capital, que já contam com polos de desenvolvimento econômico.
Encontro digital
A audiência pública foi realizada pela Comissão Mista da Câmara Municipal de Goiânia. Foi o segundo encontro virtual promovido nesta semana, o primeiro havia ocorrido na terça-feira (7). A Câmara não acatou a recomendação do Ministério Público de Goiás para suspender a tramitação do projeto.
O MP alegou que nem todas as pessoas teriam acesso às discussões. O órgão foi muito criticado por vários participantes, pelo fato de a participação ter sido maior do que em audiências presenciais e ainda pelo motivo de vários debates já terem sido feitos de forma presencial pela Prefeitura de Goiânia e pela própria Câmara Municipal.