PM Márcio Moura, preso na Cash Delivery, ganha liberdade por meio de habeas corpus
Suposto "buscador de propina" da Odebrecht para campanhas de Marconi Perillo entre 2010 e 2014 e motorista do ex-coordenador de campanha de José Eliton (PSDB), Jayme Rincon, deixou unidade do exército na manhã desta quinta
Preso desde o último dia 28/9, por meio da Operação Cash Delivery, da Polícia Federal (PF), o policial militar (PM) Márcio Garcia de Moura, foi contemplado na quarta-feira (10) com habeas corpus e, desde as 10h20 desta quinta-feira (11) está em liberdade.Após ser transferido de uma cela na sede da corporação em Goiânia, ele ficou detido em no 1° Batalhão da PM, no Setor Marista, de onde ele seguiu para reclusão no Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro, no Jardim Guanabara, na capital.
A prisão ocorreu depois que agentes federais encontraram, na residência dele, cerca de R$ 940 mil em espécie, dinheiro este que seria oriundo de propina. A pista partiu da delação premiada de executivos da Odebrecht, os quais revelaram ter enviado R$ 12 milhões para campanhas do ex-governador Marconi Perillo em 2010 e 2014, em troca de influência na administração. Motorista do presidente licenciado da Agência Goiana de Obras (Agetop), Jayme Rincon, Márcio é suspeito de ser “buscador” de recursos da empreiteira em São Paulo.
Naquela data, agentes da PF prenderam também Jayme Rincon, que era coordenador de campanha do governador José Eliton (PSDB), em cuja residência foram apreendidos mais de R$ 70 mil em dinheiro. Além deles, também foram presos o filho de Rincon, Rodrigo Godoi Rincon, o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior e o advogado e ex-PM Pablo Rogério de Oliveira. Márcio foi o último desse grupo a conseguir liberdade.
A operação, que investiga indícios de corrupção e lavagem de dinheiro ouviu e prendeu o ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) na quarta-feira. Segundo a Polícia Federal, o pedido de prisão não foi feito antes porque Perillo era candidato ao Senado Federal. A Lei Eleitoral veda prisões de candidatos nos 15 dias que antecedem o pleito. Dessa vez, a representação da prisão de Marconi foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) em Goiás.
O Mais Goiás apurou que a defesa do ex-governador impetrou habeas corpus ainda na quarta, mas não conseguiu checar se o pedido de soltura já foi apreciado pela Justiça Federal, mais precisamente pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, também conhecido como Kakay, não atendeu as ligações da reportagem.
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