Polícia considera que houve violência política de gênero contra vereadora de Aparecida
A Polícia Civil considerou, em inquérito policial, que houve violência política de gênero, praticada pelo…
A Polícia Civil considerou, em inquérito policial, que houve violência política de gênero, praticada pelo presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (MDB) contra a vereadora Camila Rosa (PSD).
O inquérito policial foi encerrado nesta segunda-feira (21) será encaminhado para a Vara Eleitoral do Município de Aparecida de Goiânia.
A Polícia Civil entendeu que existiam elementos caracterizadores do cometimento do crime de violência política contra a mulher, previsto no Artigo 326-B do Código Eleitoral.
Compartamento de Fortaleza foi considerado inadequado
A investigação considerou não ser mais aceitável que comportamentos, como o ocorrido na Câmara Municipal de Aparecida, tenham espaço no atual cenário político brasileiro, seja por decorrência do estágio de avanço educacional e cultural da nossa sociedade.
“A vítima em questão é a única parlamentar da sua atual legislatura, de um total de 25 parlamentares, e corresponde apenas a uma das 5 mulheres vereadoras que foram eleitas desde 1966 no município de Aparecida de Goiânia. A inação do Estado repressor, no caso em análise, poderá contribuir para a continuidade da cultura de violência de gênero na política do nosso Estado, fato que cabe, aos operadores jurídicos, modificar”, aponta a investigação.
O Mais Goiás entrou em contato com ambos os vereadores e aguarda retorno.
Fortaleza disse para vereadora registrar b.o.
Camila Rosa teve o microfone cortado durante sessão realizada no dia 1 de fevereiro pelo presidente da casa, André Fortaleza.
Tudo começou quando Fortaleza se sentiu ofendido e rebateu uma postagem que a parlamentar fez nas redes sociais.
No Instagram, Camila escreveu e André leu: “As sessões da câmara municipal de Aparecida voltaram com tudo na manhã desta terça. Usei meu espaço de fala para defender a importância da mulher na política e os direitos de todas as minorias que são rejeitadas e discriminadas na sociedade. Não toleramos mais preconceitos! Vou lutar até o fim pela igualdade e o respeito. O espaço político é de todos.”
André, então, comentou. “Não sou contra classe feminina, sou contra cota, contra oportunismo, ilusionismo. Por mim, não adianta, pode ser mulher, homem, homossexual.”
Camila, então, pediu a palavra e rebateu André Fortaleza. Segundo ela, em momento algum disse que ele era contra cotas. “Se o senhor entendeu isso, a carapuça pode ter servido. O senhor sempre fala de caráter, transparência, parece que o senhor tem um problema com isso”, emendou.
O presidente, então, começou a discutir com ela e ordenou que o microfone dela fosse cortado. Camila ainda reclamava, mesmo sem o som, quando Fortaleza disse: “Se acha que fiz algo errado, vá na delegacia e registre um B.O.”