REVELAÇÕES

EXCLUSIVO! Por carta, Cacai reforça inocência e revela que tinha feito as pazes com Fábio Escobar

Ex-dirigente político revela detalhes do relacionamento com o empresário e reforça que clima de animosidade entre ambos havia ficado no passado

Defesa de Cacai comenta revogação da prisão: 'Não oferece risco para a sociedade ou processo' (Foto: Reprodução)

Com prisão preventiva decretada pela Justiça, acusado de envolvimento no assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, o ex-presidente do DEM de Anápolis – que se tornou União Brasil, após fusão com o PSL – Carlos César Savastano Toledo, o Cacai escreveu uma longa carta em tom de desabafo no qual afirma inocência e revela que havia resolvido todos os problemas pessoais que um dia teve com Escobar.

O Mais Goiás teve acesso a carta, que poderá ser lida na íntegra ao final deste texto, Cacai sustenta inocência  e também pede as “provas materiais” que possam imputá-lo. “Quais evidências concretas? Estão com meu celular, quebraram todos os meu sigilos, me vasculharam todo, onde aponta algo concreto pra mim? Onde?”, questionou.

O empresário destaca, inclusive que em uma discussão sentiu-se ameaçado por Escobar e decidiu tomar medidas por “meios legais” para proteção. Cacai chega a indagar o porque essas ações não foram exploradas e nem divulgadas no inquérito. “Não seria importante? Mostrar essas ações judiciais que ingressei?”.

No entanto, também revela que após esses episódios, chegou a fazer as pazes com Fábio e a iniciativa foi do próprio Escobar. “Passado um tempo desses problemas todos, eu recebi através de uma msg de Whatsapp um pedido de desculpas do Fábio, me alegando que ele estava agindo daquela forma por estar trocando medicamentos controlados e que eu o perdoasse pois ele sabia que eu não tinha feito nada de errado”, salientou.

Ele torna a indagar o assunto e questioná-lo o porque essas mensagens não foram reveladas no inquérito. “Gostaria de perguntar pq essas msgs de reconciliação não foram também divulgadas no inquérito? Não são importantes ? Estão no meu celular e no dele! Ainda após essas msgs acabamos nos encontrando em um piti dog em Anápolis no feirão do Jundiaí onde também conversamos e afirmamos em deixar aquilo tudo pra trás”, destaca. Cacai chega a lembrar o último encontro que tiveram num grande shopping em Goiânia. “Não existia mais animosidade entre nós. Estavamos em paz”, reforça. 

Jamais disse “só matando” em referência a Fábio Escobar, afirma Cacai

Cacai também negou que em algum momento tenha dito a expressão “só matando” em referência a Fábio Escobar. “Agora essa fala atribuída a mim de  “só matando” jamais ocorreu. O próprio Jorge Caiado que estava presente pode corroborar isso. O que fomos fazer como membro do governo foi ir à polícia pedir proteção, afinal o que eu deveria ter feito?” 

As indagações continuam com Cacai “Onde eu deveria ter ido? Na época me prometeram que iriam fazer essa proteção e até mesmo prendê-lo se ele cumprisse com as ameaças dele, eu confesso que fui mais tranquilo embora aquele dia, pois o que queria era ter segurança, apenas isso!”, salientava.

Aqui Cacai faz referência a quando foi a sede das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam), acompanhado de Jorge Caiado, primo do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e atualmente assessor na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Supostamente, ali teria usado a expressão “só matando” em referência a Fábio Escobar.

Defesa endossa carta de Cacai e prepara habeas corpus

Advogado de defesa de Carlos César Savastano Toledo, Pedro Paulo de Medeiros destaca que a carta foi escrita por Cacai de forma espontânea e endossa o seu conteúdo. Ele reforça que não havia motivos para o empresário insistir no crime, haja vista que a “animosidade” que existia entre ambos já havia ficado para trás.

“Existia uma animosidade anterior, o Cacai tinha muito medo do Fábio, tanto que houve uma procura pelas autoridades pedindo proteção. Depois disso eles se reencontraram e acabaram se reconciliando. Os próprios familiares também podem confirmar isso segundo relatado pelo Cacai”, pontua ao Mais Goiás. 

Medeiros ainda destaca que a tese de que Cacai queria ceifar a vida de Fábio trata-se de “falácia”. “É na verdade uma falácia e tentativa de desviar o foco do verdadeiro autor ou verdadeiro mentor deste fato. Ele não tinha qualquer interesse em fazer mal ao Fábio até porque eles já haviam se conciliado”, pontua. 

A defesa ainda reforça que indaga as motivações para o pedido de prisão preventiva de Cacai, afinal de contas, segundo consta, não há provas materiais que imputam o crime ao empresário. “Porque vai prendê-lo? Não fugiu, não atrapalhou a investigação, não cometeu qualquer outro crime? Porque a prisão preventiva? Para desviar o foco do verdadeiro mandante? Só se for.. Não consigo entender o porque. Perseguição política? Não acreditamos. Mas vamos prosseguir com um trabalho técnico demonstrando que o Cacai não tem qualquer responsabilidade neste fato e não há motivos para prisão preventiva” salienta.

Pedro Paulo concluí dizendo que a defesa já está preparando o devido habeas corpus para revogar o pedido de prisão para que ele possa retornar ao Brasil em tranquilidade. “Já estamos adotando medidas para revogar a prisão preventiva do Cacai para que ele possa responder a investigação em liberdade. Seja porque ele não tem qualquer responsabilidade neste fato e não há nenhuma demonstração de necessidade da prisão preventiva dele”, completa.

Leia a carta na íntegra:

Em relação a matéria do jornal O Popular, gostaria de dizer que quase tudo ali presente no inquérito e publicado se faz verdadeiro, realmente estive com várias autoridades policiais pedindo ajuda e proteção, sempre conversava com autoridades até mesmo durante eventos com medo que algo acontecesse pois eu estava sendo ameaçado, onde está o crime ou suspeita nisso? Sempre fiz tudo abertamente pois estava nos meios corretos e legais. Cheguei a andar um tempo com proteção policial, e ingressei com várias ações judiciais, inclusive de proteção, chegando a obter êxito, tendo inclusive ocorrido um audiência de conciliação, entrei também com uma ação de pedido de distanciamento, para que o Fábio não chegasse perto de mim. Sempre procurei os meios legais para me proteger e isso tudo é facilmente comprovado e pergunto pq isso não é divulgado? Não seria importante? Mostrar essas ações judiciais que ingressei?

Importante eu ressaltar que esses problemas começaram quando ele pediu um cargo de superintendente no Governo, alegando ter participado da campanha e quando não foi possível atendê-lo, ele se tornou inimigo e começou a fazer ameaças, vídeos, acusações. Passado um tempo desses problemas todos, eu recebi através de uma msg de Whatsapp um pedido de desculpas do Fábio, me alegando que ele estava agindo daquela forma por estar trocando medicamentos controlados e que eu o perdoasse pois ele sabia que não tinha feito nada de errado. Gostaria de perguntar pq essas msgs de reconciliação não foram também divulgadas no inquérito? Não são importantes ? Estão no meu celular e no dele! Ainda após essas msgs acabamos nos encontrando em um piti dog em Anápolis no feirão do Jundiaí onde também conversamos e afirmamos em deixar aquilo tudo pra trás. Após esse encontro tive mais um com ele no shopping Flamboyant em Goiânia onde nos cumprimentamos cordialmente e de maneira totalmente pacífica, acho que foi a última vez que encontramos. Não existia mais nenhuma animosidade entre nós. Estávamos em paz!

Muito tempo depois, quando aconteceu a morte dele, e eu já estava a um bom tempo longe da política, estava vivendo em paz e acho que tinha mais de um ano sem encontrá-lo. Naquele momento de sua morte, eram outras contendas e brigas que ele estava envolvido, com outras pessoas, por outros motivos e que muita gente de Anápolis sabe sobre o q estou falando.

Durante a época dos nossos  problemas, só o que fiz foi sempre pedir ajuda e proteção à polícia. Ir à justiça, que é o que devemos fazer. Repito, os processos estão aí para comprovarem.

Gostaria de lembrar também que o próprio pai José Escobar, com quem sempre tive um bom relacionamento, foi a uma rádio e disse que sabia que eu não tinha nada a ver com essa morte. Não deve ser difícil resgatar essa entrevista dele, acho que foi na rádio São Francisco ou rádio Manchester de Anápolis. E me contaram que depois disso foram até ele para o convencerem que eu tinha culpa, apesar de não existir nada contra mim.

Todos que me conhecem sabem que jamais me envolveria em um crime desses, jamais! É algo ao mesmo tempo tão surreal e aterrorizante estar envolvido nisso, principalmente quando lemos o inquérito, e vemos que não existe nada de concreto contra mim, nada!

Repito que o que fiz o tempo todo foi pedir proteção, ir à justiça, recorrer onde eu poderia, é só verificarem! Nunca passou pela minha cabeça nenhuma atitude que não as que tomei, proteção policial e judiciais.

Agora essa fala atribuída a mim de  “só matando” jamais ocorreu. O próprio Jorge Caiado que estava presente pode corroborar isso. O que fomos fazer como membro do governo foi ir a polícia pedir proteção, afinal o que eu deveria ter feito? Onde eu deveria ter ido? Na época me prometeram que iriam fazer essa proteção e até mesmo prende-lo se ele cumprisse com as ameaças dele, eu confesso que fui mais tranquilo embora aquele dia, pois o que queria era ter segurança, apenas isso!

Agora, o que existe de concreto sobre mim além de ter pedido proteção policial, de ter ingressado na justiça? Essa frase atribuída a mim vinda de um adversário político e até pessoal de algumas pessoas do governo e que jurou que ia vingar e atingir o governo devido a insatisfações políticas e que o meio político sabe bem o q estou falando, e que para atingir seus objetivos e devido minha relação pessoal me usa e me acusa mas sem nenhuma comprovação? E uma frase solta dessa maneira é suficiente para me tornar suspeito? O mentor intelectual? Por causa disso? Mesmo eu tendo procurado os meios legais e depois ter conversado com o Fábio e termos ficados pacificados? Ou pq estão dizendo que tirei fotos com policiais que confesso não me recordo quem sejam, provavelmente nunca conversei com eles fora de algum evento, mas exercia cargo público na prefeitura de Anápolis e depois no governo onde tirava fotos todos os dias com dezenas de pessoas em eventos? Sou suspeito por fotos públicas? Mas onde está alguma atuação minha com esses supostos executores do crime? Um diálogo, uma ligação, um encontro, algum vínculo? Onde?

E as outras direções e contendas da época da morte do Fábio, não estão olhando? As brigas que ele estava envolvido na época, inclusive no dia de sua morte não fazem parte da investigação? Estão olhando para o lado certo? Tanto tempo depois, tantos acontecimentos depois, tentarem vincular a mim algo que a muito já estava superado entre nós!

Eu de verdade lamento muito o q a família do Fábio passou e está passando, mas a minha família também está sofrendo demais com esse tamanho de injustiça, com essa insanidade, tenho filhos pequenos que não estão entendendo o que está acontecendo, mulher, irmão , irmã, uma mãe que está de cama, família, amigos. Eu nunca estive envolvido em nenhum crime, não sou bandido, tenho família , empresa onde estou todos os dias trabalhando, endereço fixo, todos me conhecem, sabem da minha rotina e de repente estou servindo para desviar a atenção dos verdadeiros culpados? É ainda importante lembrar que existe outro crime com envolvimento de alguns mesmos acusados de executar esse, me falaram até que haviam juntado os casos  no mesmo inquérito e que de repente não se fala mais nisso? O que eu tenho a ver com isso? Analisem os fatos. E a verdade é que temo pela minha vida, pq assim, ficaria fácil encerrar o caso e deixar livres os verdadeiros culpados. Mas eu pergunto onde está alguma materialidade minha com os executores do crime? Onde? Quais as provas? Quais evidências concretas? Estão com meu celular, quebraram todos os meu sigilos, me vasculharam todo, onde aponta algo concreto pra mim? Onde?

A política só serviu para me destruir, estou pagando para ao mesmo tempo atingirem e também livrarem outras pessoas, eu já um tempo decidi me afastar da política e estou reconstruindo minha vida e agora novamente acusações sem nenhuma materialidade, sem nenhuma concretude? Ilações? Apenas uma fala de inimigos políticos do governo e ainda para através de mim atingirem terceiros?  Mas não precisa ter provas reais e concretas para uma suspeita e acusação dessa gravidade? Se tiverem alguma prova que seja, além de uma fala solta e suspeita, apresentem!

Eu quero e vou contribuir no que estiver ao meu alcance e confio na justiça e principalmente em Deus!