REPERCUSSÃO

Por guerra com vacina, deputado diz que Bolsonaro pagará mesmo preço que Trump

“O presidente mais uma vez infeliz em querer politizar uma questão de saúde não só brasileira, mas planetária”, disse José Nelto

Por guerra com vacina, deputado diz que Bolsonaro pagará mesmo preço que Trump

“Bolsonaro vai pagar o mesmo preço que Trump”, diz o deputado federal goiano José Nelto (Podemos), ao comentar o posicionamento do presidente em relação ao que classificou como “celebrar a morte de alguém por causa de uma vacina, que se tornou ideológica”. Nelto, que é vice-líder do Podemos diz que, tanto ele, quanto a sigla estão do lado da ciência.

“O presidente mais uma vez infeliz em querer politizar uma questão de saúde não só brasileira, mas planetária.” Vale lembrar, o presidente Bolsonaro chegou a comemorar a suspensão pela Anvisa dos estudos da vacina, na última terça-feira (10). “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, ele escreveu no Facebook, em resposta a um seguidor que lhe perguntou se o imunizante contra a Covid-19 em desenvolvimento por uma farmacêutica chinesa e pelo Instituto Butantan seria comprada pelo governo federal.

“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o [governador João] Doria queria obrigar todos os paulistanos a tomá-la”, escreveu o presidente como resposta. “O presidente [Bolsonaro] disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.

Não foi a primeira vez que Bolsonaro protagoniza desentendimentos com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em relação à vacina. No mês passado, o presidente desautorizou um acordo do Ministério da Saúde com o estado de São Paulo para comprar 46 milhões de doses da Coronavac. Para o deputado José Nelto, “essa política ideológica do presidente enoja a nação brasileira. Se ele olhar no retrovisor, vai ver o Trump lá atrás.” O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não foi reeleito, segundo declarado pela imprensa dos EUA.

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(Foto: Agência Assembleia de Notícias)

Chamamento

O deputado federal pelo Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL), disse, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a retomada de testes da vacina CoronaVac – contra a Covid-19 -, que o partido dele solicitou a convocação de Bolsonaro à Câmara para esclarecimentos. “A Anvisa não pode ser instrumento da guerra ideológica de Jair Bolsonaro”, escreveu.

“A Anvisa anunciou a retomada dos testes da vacina contra a Covid. O pedido do PSOL para convocar o presidente do órgão para prestar esclarecimentos na Câmara continua de pé”, escreveu, também. Vale lembrar, na última segunda (9) a Anvisa disse que os estudos seriam suspensos por causa de um “evento adverso grave” na fase de testes, que, conforme apurado pelo O Globo, foi a morte de de um voluntário. Contudo, boletim de ocorrência registrado em São Paulo indicou que o óbito foi por suicídio.

Rubens Otoni (PT), deputado federal goiano, disse ao Mais Goiás que a ação movida pelo PT no Supremo Tribunal Federal (STF) exigindo informações da Anvisa sobre a suspensão dos testes, motivou a agência a rever o posicionamento. “O STF julgou procedente e deu 48h para a Anvisa se explicar. Por isso a Anvisa voltou atrás na sua decisão”, declarou.

https://www.emaisgoias.com.br/em-resposta-ao-stf-anvisa-afirma-imparcialidade-no-tratamento-das-vacinas/

Ainda de acordo com ele, “é uma posição absurda do governo brasileiro fazer da vacina motivo de enfrentamento ideológico. O povo brasileiro precisa da vacina, para salvar vidas. Independente de onde venha”. Sobre o pedido de participação de Bolsonaro na Câmara para justificar essa posição, o petista – cujo partido tem a maior bancada – afirma que “tem todo o nosso apoio”.