Pré-candidatos a senador de esquerda brigam por espaço no Rio de Janeiro
Levantamentos do Ideia e Ipec indicam empate técnico entre os dois nomes, Sandro Molon e André Ceciliano
Pré-candidatos ao Senado na chapa do deputado federal Marcelo Freixo (PSB), que disputará o governo do Rio, o deputado federal Alessandro Molon (PSB) e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), estão tecnicamente empatados dentro da margem nas pesquisas mais recentes do Instituto Ideia e do Ipec com as intenções de voto ao cargo, embora Molon apareça numericamente à frente do petista. O pré-candidato ao Senado pelo PSB, por outro lado, aparece com vantagem de oito pontos percentuais em relação a Ceciliano no levantamento Genial/Quaest divulgado em maio. O Datafolha ainda não divulgou dados sobre a disputa ao Senado.
O desempenho em pesquisas de intenção de voto para a disputa ao Senado é um dos argumentos usados por Molon e seus apoiadores para convencer o PT a ceder sua vaga. O partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobra a indicação do nome ao Senado na chapa. A situação ganhou novos contornos nesta semana, após Freixo cobrar a desistência do correligionário em nome do cumprimento de um “acordo” e Molon retrucar dizendo que não há possibilidade de abdicar da disputa.
O levantamento mais recente, a pesquisa Exame/Ideia, divulgada no dia 16 de junho, mostrou Molon empatado tecnicamente com Ceciliano no limite da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou menos. O pré-candidato do PSB soma 10% das intenções de voto na pesquisa estimulada (na qual é apresentada uma lista de nomes), enquanto o petista tem 5%. A pesquisa ouviu 1.000 eleitores do estado do Rio, por telefone, entre os dias 10 e 15 de junho.
A disputa é liderada, segundo o levantamento do Instituto Ideia, pelo senador Romário (PL), que têm adesão de 23% dos eleitores. Aparecem ainda no topo da lista Marcelo Crivella (Republicanos), com 15%, Cabo Daciolo (PDT), com 12%, Daniel Silveira (PTB), com 7%, e Clarissa Garotinho (União), com 4%. O levantamento também mostrou que, na pesquisa espontânea, 60% dos eleitores do Rio disseram que ainda não sabem em quem votar.
A última pesquisa Ipec para a disputa eleitoral no Rio também mostrou cenário de empate técnico entre os dois nomes que disputam espaço na chapa de Freixo. Molon aparece com 8%, e Ceciliano com 6%. Os dois também empatam com Cabo Daciolo (10%) e Daniel Silveira (8%). Romário lidera a disputa com 29%. O levantamento foi feito presencialmente entre 19 a 22 de maio, com 1.008 entrevistas. A margem de erro total da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa também mostra um cenário sem Molon, em que Ceciliano chega a 11% das intenções de voto, em uma disputa apenas com Romário e Luciana Boiteux (Psol). Nesse caso, o pré-candidato do PL soma 39% dos votos.
O Ipec também mediu o resultado de uma disputa entre Ceciliano e Romário, considerando, respectivamente, o apoio do ex-presidente Lula e do presidente Jair Bolsonaro. Nesse cenário, o petista soma 40% dos votos, quando vinculado a Lula, contra 34% de Romário, associado a Bolsonaro. Considerando o limite da margem de erro de três pontos percentuais, os dois ficam empatados.
Também em maio, a pesquisa Genial/Quaest, que é presencial, mostrou uma distância maior entre os dois nomes da esquerda. No cenário com mais nomes, Molon também aparece com 10% das intenções de voto, mas Ceciliano tem 2%. O levantamento ouviu 1.200 eleitores do Rio entre 12 e 15 de maio. A divulgação dos resultados de uma nova pesquisa Genial/Quaest está prevista para o próximo dia 14.
Ainda segundo a pesquisa, Ceciliano soma 6% das intenções de voto, em um cenário sem Molon. Os recortes revelam ainda que as intenções de voto em Molon sobem nos segmentos com maior escolaridade (19% entre quem tem ensino superior) e maior renda (15% na faixa acima de cinco salários mínimos). O pré-candidato do PSB vai melhor também na capital (13%) e na Baixada (11%) que no interior do Rio (6%). Já Ceciliano não tem variação entre os diferentes grupos sociais fora da margem de erro.