Pré-candidatos criticam Bolsonaro por ataques às urnas em reunião com embaixadores
Principal adversário de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula…
Principal adversário de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “é uma pena que o Brasil não tenha um presidente que chame 50 embaixadores para falar sobre algo que interesse o país”.
O petista usou as redes sociais nesta segunda-feira (18) para criticar os ataques que o mandatário fez ao sistema eletrônico de votação e a integrantes da cúpula do Judiciário durante apresentação no Palácio da Alvorada para representantes estrangeiros no país.
“Emprego, desenvolvimento ou combate à fome, por exemplo. Ao invés disso, conta mentiras contra nossa democracia”, escreveu Lula.
O petista também abordou o assunto durante reunião com uma ala do MDB nesta segunda. Referiu-se à iniciativa de Bolsonaro como sinal de que ele tentará impedir a realização das eleições.
Ainda de acordo com participantes da conversa, Lula disse que essa estratégia do presidente tende a se acirrar caso a disputa chegue ao segundo turno. Daí, segundo interlocutores do petista, a importância de se vencer no primeiro turno –meta para qual o apoio do MDB seria fundamental.
Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, afirmou que, depois “do horrendo espetáculo promovido, hoje, por Bolsonaro, ele não pode ser mais presidente de uma das maiores democracias do mundo ou o Brasil não pode mais se dizer integrante do grupo de países democráticos.”
“Nunca, em toda a história moderna, o presidente de um importante país democrático convocou o corpo diplomático para proferir ameaças contra a democracia e desfilar mentiras tentando atingir o Poder Judiciário e o sistema eleitoral”, disse.
Ciro acusou Bolsonaro de cometer crimes de responsabilidade e defendeu o impeachment do presidente, mas admitiu se tratar de uma “tarefa delicada” pelo fato de a Câmara ser presidida por Arthur Lira (PP-AL), aliado do mandatário.
Simone Tebet (MDB), por sua vez, afirmou que “já passou dos limites a coleção de ataques à democracia que o presidente da República acumula.”
“Desta vez, usando instrumentos oficiais, dentro do Palácio da Alvorada, faz o Brasil passar vergonha diante de embaixadores dos principais países do mundo, ao tentar desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).”
Candidato do Novo ao Planalto, Felipe D’Avila disse que Bolsonaro deve ser o único presidente na história a ter contestado a validade da eleição que ele mesmo venceu.
“E continua insistindo em desacreditar o sistema que já o elegeu 6 vezes, e seus familiares outras 13 vezes. Ironicamente, hoje ele disse não querer instabilidade no país”, disse D’Avila.
André Janones, do Avante, também falou sobre o assunto.
‘Nesse papo de fraudes nas eleições, creio que só o Amoedo tem o direito de questionar o TSE a respeito, afinal, todo mundo jura por Deus que votou nele no primeiro turno. Bolsonaro precisa ser demovido do cargo e jogado na lata de lixo da história”, afirmou.
Pré-candidata pelo PCB, Sofia Manzano disse que a reunião de Bolsonaro com os embaixadores “é mais um capítulo da agenda golpista”.
“Hoje ele anunciou ao mundo que não aceitará uma derrota nas urnas. É preciso mobilizar trabalhadores, sindicatos, movimentos populares e a juventude para barrar qualquer tentativa de golpe!”