Prefeito de Castelândia teria fugido em caminhonete da Prefeitura na última quinta-feira
Ele teve prisão decretada em investigação sobre desvio de recursos públicos, com pagamento de propinas, envolvendo empresários da cidade
Na manhã desta segunda-feira (18), a Justiça decretou a prisão preventiva de seis pessoas de Castelândia. Dentre elas, o prefeito da cidade, Marcos Antônio Carlos (PSD), conhecido como Marcos da Farmácia, que está foragido. Ele teria fugido em uma caminhonete modelo Amarok branca, com placa PRD 5394, da Prefeitura. Não há informações sobre o paradeiro de Marcos desde a última quinta-feira (14).
Além do prefeito também tiveram prisão decretada o ex-presidente da Câmara Municipal, vereador Izaac Lopes de OIiveira; o secretário de Transportes do município, Gustavo Campos dos Santos, e o servidor público do Poder Executivo, Pedro Antônio de Oliveira. Os empresários Iris Domingos da Costa e Gilberto de Almeida Leles, das empresas Conduta Assessoria e Goiás Técnica Contábil, foram presos.
Entre 2016 e 2018 o prefeito Marcos e o secretário Gustavo receberam depósitos bancários da Conduta Assessoria e de Íris. Gustavo ainda é sócio da empresa Drogaria Saúde e há indícios de que ela também foi beneficiada no esquema. O Ministério Público de Goiás ainda não divulgou os valores desviados, mas o promotor Sávio Fraga, que coordena a investigação, adianta: “são valores absolutamente assustadores”.
As investigações apontam que as duas empresas na verdade são uma só e fizeram um esquema para que prestassem serviços tanto para o Legislativo quanto para o Executivo municipais. Na verdade, elas não executam o trabalho e contratam uma pessoa da cidade faça isso. Em Castelândia, era um funcionário da Prefeitura.
“As empresas eram contratadas, mas quem executava o serviço era um servidor do Executivo Municipal, não era a empresa. Ele recebia valores mensalmente para receber o que a empresa foi contratada para fazer”, explica o promotor Sávio.
O esquema é semelhante ao que existe em outras cidades do sudoeste goiano. Essa é uma consequência da Operação 5ª Geração, realizada no fim do ano passado em Cachoeira Dourada. A Operação Nova Geração foi deflagrada pelo Centro de Inteligência (CI) do MP-GO e cumpriu mandados de busca e apreensão na Prefeitura, na Câmara e em endereços ligados aos envolvidos. Foram apreendidos documentos e equipamentos. O mandado de prisão foi expedido pela desembargadora Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos.
O Mais Goiás tentou entrar em contato com a Prefeitura e a Câmara da cidade mas os telefonemas não foram atendidos.