Prefeito de Hidrolândia desmente Magda Mofatto: “Não teve isso de reunião entre amigos”
Em entrevista exclusiva ao Mais Goiás, Zé Délio revela detalhes do dia e da polêmica envolvendo a CPI do MST
O prefeito de Hidrolândia, José Délio Alves Júnior (União Brasil) viu uma saia justa acontecer quando deputados da CPI do MST visitavam seu município nesta segunda-feira (14/08). Lá, os parlamentares estiveram em agenda na Prefeitura, no Incra e na Fazenda São Lukas, que hoje vive uma ocupação pelo Movimento dos Sem-Terra.
No entanto, quando a agenda ainda estava em curso na sede do Poder Municipal, um episódio ganhou proporções nacionais. É que a deputada federal Magda Moffato (Patriota) que sequer faz parte da CPI impediu que a deputada federal Adriana Accorsi (PT) entrasse na sala de reunião. A bolsonarista alegou vitimismo e que o convite partiu do próprio prefeito.
A história que o prefeito Zé Délio conta ao Mais Goiás é outra. O chefe do executivo municipal destaca que defende que a reforma agrária aconteça e que desde o primeiro dia de ocupação tem dado suporte e infraestrutura aos assentados. Desde que os beneficiados seja a população de seu município. “Hoje, todas as pessoas que estão, sem exceção, não são de Hidrolândia”, reforça.
Ele também nega que tenha promovido qualquer evento entre os deputados, inclusive, revela que a deputada federal Magda Moffato sequer sabia que Adriana Accorsi era membro titular da CPI do MST. “Não sei disso de reunião entre amigos. O que eu ouvi aqui de dentro é que ela ia sentar com os integrantes da comissão e a deputada Magda não sabia que a Adriana pertencia a comissão. Na hora que ligaram e falaram que a [Adriana] estaria na comissão, ela entrou na hora”, destaca.
“Eu não chamei ninguém”…
O prefeito diz que viu no encontro com parlamentares, uma oportunidade de mostrar a realidade que o Poder Municipal vive diante do contexto da ocupação, mas que não provocou a diligência. “Eles vieram me ouvir como representante da cidade sobre os problemas que estão ocorrendo em decorrência da ocupação e sobre a posse da prefeitura no imóvel. Eu não chamei ninguém”, destacou.
Zé Délio reitera que não houve nenhuma reunião ‘entre amigos’, como relatou Magda Mofatto. “Não sei nada disso de amizade… O que eu sei e eu posso até falar, nem tenho ligação política com Magda, nem com o [Gustavo] Gayer, nem com ninguém deles. A Magda foi apoiada pelo meu adversário e ex-prefeito. O que eu posso dizer é que a Magda não sabia que a Adriana pertencia a comissão. Isso eu posso afirmar porque estava aqui dentro. Ela não tinha conhecimento que ela [Adriana] pertencia a comissão”, ponderou.
Ele ainda revelou que tirando o episódio que ganhou repercussão nacional – que não chegou a presenciar – o resto da diligência se deu de forma amigável, sem grandes polêmicas. “Eu não presenciei o ruído e o episódio da porta. Até onde eu vi, todos os deputados seja de direita e esquerda, foram ouvidos. Estava tudo normal. Todos estavam juntos, normalmente. Tudo muito amigável”, pontuou.
Zé Délio ainda reforçou que não vê problema em tocar a reforma agrária na região, desde que, ressalta, a população de seu município seja a principal beneficiada. “A Prefeitura de Hidrolândia nunca foi contra nada. Somos a favor da reforma? Somos, desde que o município seja beneficiado pelo debate.”
A resposta de Magda Mofatto
A deputada federal Magda Moffato destacou que Adriana estava numa postura vitimista. Em vídeo publicado nas redes sociais para comentar o evento, a parlamentar resume como foi o dia. “Pare de se vitimizar. Eu fui convidada pelo prefeito de Hidrolândia para termos uma prévia do nosso trabalho e convidei os meus amigos da CPI do MST para estarmos nessa prévia com o prefeito. A senhora não foi convidada porque não é minha amiga. Estivemos lá e quando terminou deixamos que a senhora entrasse para continuar na reunião”, salientou.
Na sequência, Magda dispara contra Adriana. “Agora, deputada, a senhora deveria fazer seu trabalho para ir atrás de recursos e orientar aquele povo que lá naquela terra só cabem 13 famílias e vimos mais de 300 pessoas em condições precárias. Sem higiene, com barracas de lona, sem condições nenhuma, sem escola, comida, nada. Apenas sendo usadas como massa de manobra para sua política. Nós não queremos isso”, salienta.
“Queremos um assentamento certo, regular e que dê dignidade para essas pessoas que são envolvidas por serem ingênuas, despreparadas e são envolvidas nesse movimento supostamente social que são essa massa de manobra para eleger vossa senhoria e outros tantos deputados”, concluí.