Presidente da Câmara de Aparecida usa para plenário para se defender de machismo
O presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (MDB) chamou mulheres para…
O presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (MDB) chamou mulheres para subir à tribuna da casa em sessão realizada nesta terça-feira (15). Ele se defendeu das acusações de machismo e misoginia após episódio de corte da fala da vereadora Camila Rosa (PSD) no dia 2 de fevereiro durante sessão plenária. O caso ganhou repercussão nacional.
“Repúdio eu tenho é por essas falsas feministas. Sabe quantas mulheres sofreram ataque, violência, somente nestes últimos dias?! Tem uma que teve o rosto desfigurado, mas o marido é motoboy. Não dá capa de jornal”, contestou em plenário.
André Fortaleza disse que pediu audiência no Senado para que a Procuradora Especial da Mulher do Senado prove que ele é misógino. A procuradoria chegou a publicar carta de repúdio contra o que taxou de “violência política cometida pelo vereador André Fortaleza”.
“Eu não vi o Conselho da Mulher se manifestar por mulher que realmente está precisando ser acolhida”, continuou. “Eu, André Luiz Carlos da Silva, tenho uma bandeira: povo. Só não gosto de bandido. E para mim, bandido não tem sexo. Temos que avaliar as pessoas pelo caráter e não pelo sexo”, pontuou, sob aplausos da claque presente na Câmara.
Ele ainda acusou, sem citar nomes, servidoras que foram promovidas por supostamente terem “caso com o (ex)presidente” da Câmara.
André Fortaleza passou então a chamar mulheres para subir à tribuna. Algumas das quais nomeadas por ele para cargos na Câmara Municipal. Em discurso, o vereador ainda disse ser um dos maiores apoiadores do Instituto Mulheres Combatentes.
Vereadora teve microfone cortado
A vereadora Camila Rosa chorou após ter o microfone cortado durante uma discussão com o presidente da Casa, André Fortaleza. Tudo começou quando Fortaleza se sentiu ofendido e rebateu uma postagem que a parlamentar fez nas redes sociais.
No Instagram, Camila escreveu e André leu: “As sessões da câmara municipal de Aparecida voltaram com tudo na manhã desta terça, 01. Usei meu espaço de fala para defender a importância da mulher na política e os direitos de todas as minorias que são rejeitadas e discriminadas na sociedade. Não toleramos mais preconceitos! Vou lutar até o fim pela igualdade e o respeito. O espaço político é de todos.”
André, então, comentou. “Não sou contra classe feminina, sou contra cota, contra oportunismo, ilusionismo. Por mim, não adianta, pode ser mulher, homem, homossexual.”
E continuou: “Eu não sou machista, sou contra fake news. Isso, para mim, é uma fake news. A classe feminina é importante para todos nós. Temos mães, irmãs. Não me vi ser preconceituoso ou machista porque falei que sou contra cota. Por que quando a mulher vai para um partido, o fundo partidário é dobrado? Ninguém fala isso. Se eu for falar o que faço para classe feminina, vou gastar um tempo bom… Só falei que os direitos devem ser iguais, e os deveres também. Se não tem postura, não tem caráter, para mim não importa se é mulher o homem. Distorcer minha fala, não. Sou responsável pelo que falo. Não é porque é mulher que tem que sair atropelando todo mundo.”
Camila, então, pediu a palavra e rebateu André Fortaleza. Segundo ela, em momento algum disse que ele era contra cotas. “Se o senhor entendeu isso, a carapuça pode ter servido. O senhor sempre fala de caráter, transparência, parece que o senhor tem um problema com isso”, emendou.
O presidente, então, começou a discutir com ela e ordenou que o microfone dela fosse cortado. Camila ainda reclamava, mesmo sem o som, quando Fortaleza disse: “Se acha que fiz algo errado, vá na delegacia e registre um B.O.”