Crise partidária

Presidente do MDB em Goiás diz que partido vai buscar eleições municipais

Recentemente, houve uma divergência interna entre os membros devido ao apoio dado por alguns ao governo eleito

O presidente do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Goiás, Daniel Vilela, afirma que, a partir de agora, o partido vai focar nas eleições municipais. “O partido tem que buscar se fortalecer para as eleições municipais, lançando candidatos a prefeito e buscando novos quadros que queiram se lançar ao cargo”, disse, em entrevista ao Mais Goiás.

Daniel afirma que o MDB é uma legenda com muitos filiados e que a busca continua sendo pelo crescimento. Por isso, agora a estratégia será buscar por políticos que estão em outros partidos menores. Ele conta que esse movimento já teve início nas últimas eleições, com a incorporação de novos membros, e que isso o deixa “muito entusiasmado”.

Com a aprovação da cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais, Daniel vê a possibilidade de crescimento dos partidos maiores, já que os menores terão dificuldades em se manter. “Acho que com a nova lei vai acontecer o caminho inverso do que aconteceu nos últimos anos: vai reduzir a quantidade de partidos”.

Crise

O desempenho nacional do MDB foi o pior desde as eleições diretas, em 1982. No ano passado, foram eleitos sete senadores e apenas três dos 11 candidatos à Governadoria. Em 2014 foram 10,7 milhões votos, contra 53 milhões em 2018. Além disso, caiu para 34 o número de cadeiras ocupadas pelo partido na Câmara a partir de 2019.

Um dos fatores que pode ter contribuído com isso foi a baixa popularidade do ex-presidente Michel Temer. Contudo, Daniel chama atenção para o que alguns analistas e políticos têm afirmado: que as últimas eleições foram atípicas, com alta influência das redes sociais, o que também teve reflexo no resultado.

“Houve um viés bastante conservador, contra o status quo da política. O MDB estava governando o País e, por isso, ele representa, mais que qualquer um, esse status quo. É natural que tenha esse reflexo”, disse.

Oposição ou não?

Eleito em janeiro de 2019 para ocupar a presidência estadual, Daniel disse que nenhum partido impõe nada aos filiados. Isso porque houve uma divergência entre os membros: alguns fazem parte da base aliada ao governo de Ronaldo Caiado (DEM), enquanto Daniel declara oposição ferrenha. Ele chegou a disputar o cargo com o democrata no ano passado e foi derrotado. Esse “racha” quase levou à suspensão das eleições que escolheram Daniel.

“A gente entende isso e não vamos agir com caça às bruxas ou perseguição, isso é natural dentro de qualquer partido”, disse. Nas redes sociais, Vilela já divulgou vídeos cobrando que o governador “desça do palanque” e “comece a trabalhar”, sobre as declarações do governador em relação à situação financeira de Goiás.