Briga interna

Presidente do PHS em Goiânia nega incorporação da legenda ao Podemos

Kowalsky Ribeiro afirma que decisão tomada pela direção nacional não tem validade porque não cumpriu requisitos legais

O presidente do PHS em Goiânia, Kowalsky Ribeiro, negou neste domingo (23) que a fusão da legenda ao Podemos esteja fechada. Ele disse ainda que as afirmações feitas por integrantes do Podemos sobre o acerto são mentirosas.

“Não está nada acertado. Eu participo da direção Nacional e componho um grupo que defende a permanência do PHS. Se nos fundirmos, o partido acaba”, ressaltou.

O presidente afirma também que qualquer decisão sobre fusões ou incorporações deve ser feita de forma coletiva, por meio de assembleia que envolva toda a direção nacional do partido.

“Não cabe a pressão na mídia por decisões de porão. Não acredito que os filiados escolherão pelo fim de um sonho que completará mais de duas décadas”, afirmou.

Eleito na última quarta-feira (19), Kowalsky acredita que o partido deve continuar com sua identidade e que precisa continuar dialogando para atrair outras legendas que queiram se incorporar ao PHS.

Cabo de guerra

O site nacional do PHS publicou, neste domingo (23) uma nota oficial do partido confirmando a incorporação ao Podemos. O texto, assinado pelo presidente nacional da sigla, afirma que “por unanimidade dos votos, o PHS 31 deliberou por caminhar junto do PODEMOS (PODE 19) por acreditar que a similaridade de projetos e as propostas para um Brasil mais humano, com política públicas voltadas para o bem coletivo da população, em muito se identifica com as causas que sempre lutamos”.

Kowalsky afirmou que a decisão publicada não tem validade pois não cumpriu os requisitos legais necessários. “A lei exige a publicação de um edital de convocação e a realização de duas assembleias para que essa decisão seja tomada. Nenhuma das duas coisas foi feita. O presidente (Eduardo Machado) está decidindo o que é melhor para ele e não para o partido”, concluiu.

Entenda

A cláusula de desempenho foi uma das alterações que a Emenda Constitucional nº 97/17 trouxe para as eleições de 2018. Com ela os partidos precisam obter um desempenho eleitoral para terem acesso ao fundo partidário e o tempo de TV.

Em 2018, as legendas precisariam ter pelo menos 1,5% dos votos para a Câmara, distribuídos em 9 estados e com mínimo de 1% dos votos em cada um deles. Esses percentuais sobem gradativamente até 2031, quando serão exigidos 3% dos votos válidos para a Câmara, distribuídos em 9 estados e com 2% dos votos válidos em cada um deles, na eleição de 2030.

No processo eleitoral deste ano 14 partidos não alcançaram o percentual exigido pela legislação. O caminho que muitas siglas tem encontrado para terem acesso ao fundo foi realizar fusões e incorporações com outras legendas.

O PHS atingiu um percentual de 1,46% dos votos nacionais para deputado federal, e 1% dos votos válidos em 17 estados.