Preso desde terça, Daniel Silveira pede desculpas por ataques ao STF
"Falas realmente foram duras e impróprias", disse o parlamentar em videoconferência
“Peço desculpas pela minha fala, reconhecendo a importância do Supremo Tribunal Federal (STF)”, diz Daniel Silveira durante sua defesa em sessão da Câmara Federal, que irá decidir se ele permanece ou não preso por ataques ao STF, na última terça (16). “As falas realmente foram duras e impróprias”, declara em videoconferência.
Segundo ele, contudo, algumas vezes não entende a decisão dos ministros e acaba movido pela raiva, de forma ideológica. Ele também pediu desculpas ao povo brasileiro e deputados.
“Não sou bandido. Estou diante de um batalhão prisional. Solicito aos pares que reflitam: qualquer um pode exagerar.”
Caso
Vale lembrar que, a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o deputado Daniel foi preso, em flagrante, na noite de terça-feira (16). Silveira é alvo de dois inquéritos na corte -um apura atos antidemocráticos e o outro, fake news. Moraes é relator de ambos os casos, e a ordem de prisão contra o deputado bolsonarista foi expedida na investigação sobre notícias falsas, após o parlamentar gravar um vídeo com ataques aos ministros do STF.
Segundo a decisão de Moraes, o STF teve conhecimento, na terça, de um vídeo publicado pelo deputado em que ele – por 19 minutos e 9 segundos – ataca frontalmente os ministros do Supremo, com diversas ameaças e ofensas à honra, além de propagar medidas “antidemocráticas contra o Supremo Tribunal Federal, defendendo o AI-5”.
O Ato Institucional nº 5, de dezembro de 1968, vale lembrar, endureceu a repressão na ditadura militar no Brasil.
Durante a ação, o deputado chegou a escrever: “Polícia Federal na minha casa neste exato momento com ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes.”
Já na quarta (17), o STF resolveu manter a decisão de Moraes por 11 votos a 0. Os ministros Kassio Nunes Marques, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux apoiaram a decisão do colega.
Já nesta sexta (19), o ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão das contas do Instagram e Facebook do deputado, que ainda estaria realizando ataques.